PCC troca dívida de bandido por execução de policiais

Suspeito confessou que, para quitar dívida de 10 000 reais com a facção, devia matar um policial militar. Prazo para cumprir a determinação era de dez dias

Por Da Redação
16 nov 2012, 08h24

**1/36** Duas pessoas morreram em uma tentativa de assalto, na Avenida dos Bandeirantes, em São Paulo *(Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo/VEJA)*

**2/36** Quatro pessoas foram mortas na madrugada desta sexta-feira, no Jardim Maristela, Freguesia do Ó, zona norte, na terceira chacina registrada em menos de uma semana na Grande São Paulo *(Eduardo Anizelli/Folhapress/VEJA)*

**3/36** Comissão dos Direitos Humanos dos Policiais de São Paulo, profissionais de segurança pública e familiares de policiais militares mortos se reuniram em ato ecumênico no vão livre do MASP, em homenagem aos servidores mortos neste ano *(Marlene Bergamo/Folhapress/VEJA)*

**4/36** Equipe investiga local onde dois homens foram mortos no Grajaú, em São Paulo *(AFP/VEJA)*

**5/36** Corpo de um dos dois homens mortos em Grajaú, São Paulo *(AFP/VEJA)*

**6/36** Local onde um policial militar foi baleado enquanto comprava lanche em um comércio na rua Etelvina, na Penha, em 14/11/2012 *(AFP/VEJA)*

**9/36** Uma Base Comunitária Móvel foi instalada na Vila Brasilândia, em São Paulo *(Andre Penner/AP/VEJA)*

**10/36** Vista geral da favela de Vila Brasilândia na Zona Oeste, em São Paulo *(Andre Penner/AP/VEJA)*

**11/36** Carro da Guarda Municipal de Santana do Parnaíba (Grande SP) fica sujo de sangue após socorrer PM baleado na região, em 14/11/2012 *(Eduardo Anizelli/Folhapress/VEJA)*

**12/36** Moto de policial militar a paisana que foi baleado e morto na noite desta terça-feira (13), na rua Caracaru, no Jardim Cumbica, em Guarulhos (Grande SP) *(Eduardo Anizelli/Folhapress/VEJA)*

**13/36** Policiais revistam motoqueiros na favela de Paraisópolis, em São Paulo *(Andre Penner/AP/VEJA)*

**15/36** Um coletivo foi atacado no Jardim Tremembé, na Zona Norte de SP, em 12/11/2012 *(Sebastião Moreira/EFE/VEJA)*

**16/36** Operação policial nessa madrugada (10/11) onde ônibus foi queimado na Zona Leste, em São Paulo *(Yasuyoshi Chiba/AFP/VEJA)*

**17/36** Ônibus queimado durante a madrugada (10/11), na zona leste de São Paulo *(Yasuyoshi Chiba/AFP/VEJA)*

**18/36** Moradores observam a movimentação durante a madrugada (10/11), na zona leste de São Paulo *(Yasuyoshi Chiba/AFP/VEJA)*

**19/36** Ônibus é incendiado e cobrador fica ferido na zona sul de SP, em 09/11/2012 *(Eduardo Anizelli/Folhapress/VEJA)*

**20/36** Quatro pessoas morreram durante chacina na Vila Sacadura Cabral, em Santo André, na Grande São Paulo, em 09/11/2012 *(Joel Silva/Folhapress/VEJA)*

**21/36** Movimentação policial onde duas pessoas foram mortas em Itaquera, na zona leste de São Paulo *(Yasuyoshi Chiba/AFP/VEJA)*

**22/36** Moradores observam movimentação policial onde duas pessoas foram mortas em Itaquera, na zona leste de São Paulo *(Yasuyoshi Chiba/AFP/VEJA)*

**23/36** Operação policial na favela Paraisópolis, em São Paulo *(Nacho Doce/Reuters/VEJA)*

**24/36** Polícia ocupa favela de Paraisópolis, na zona sul de SP *(Yasuyoshi Chiba/AFP/VEJA)*

**29/36** Viatura capota na região central de SP após perseguição *(Diogo Moreira/Frame/Folhapress/VEJA)*

**30/36** Policiais militares realizam um bloqueio na Rua Elísio Teixeira Leite, ao expandirem Operação Saturação à Parada de Taipas, na zona norte da capital paulista, nesta quarta- feira (07) *(Nilton Fukuda/EA/VEJA)*

**33/36** Uma menina de dez anos morreu e um segurança ficou ferido em uma troca de tiros entre um bombeiro e dois suspeitos de roubo, na região do Ipiranga, zona sul de São Paulo *(Eduardo Anizelli/Folhapress/VEJA)*

**34/36** Imagem do local onde cinco homens foram baleados na Rua Bernardo de Lima, na Vila Formosa, durante esta madrugada em São Paulo *(Cristiano Novais/ CPN/AE/VEJA)*

**35/36** Ônibus incendiado na rua Curupireira, região de Sapopemba, zona leste da capital, na madrugada de 30/10/2012. Os criminosos pararam o ônibus, mandaram os passageiros descerem e atearam fogo no Veículo *(Nelson Antoine / Fotoarena/VEJA)*

**36/36** Ônibus que foi incendiado por bandidos no começo da madrugada na rua Curupireira, na região de Sapopemba, zona leste da cidade de São Paulo *(Mário Angelo/Sigmapress/Folhapress/VEJA)*

Três crimes desvendados nas últimas 24 horas mostram que criminosos da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) estabeleceram prazos para que as ordens de assassinar policiais sejam cumpridas em São Paulo. As investigações confirmam a suspeita de que bandidos em dívida com a facção são obrigados a pagar o que devem por meio da execução de policiais civis e militares ou de agentes prisionais.

As confissões dos assassinos do PCC foram gravadas em vídeo pela polícia – um deles foi feito pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o outro pelo Delegacia de Juquitiba, na Grande São Paulo. As confissões corroboram as conversas telefônicas interceptadas pela polícia nas quais líderes da facção deram a ordem de matar a seus subordinados – o Deic tem em seu poder os áudios das ordens para matar os PMs Flávio Adriano do Carmo e Renato Ferreira da Silva Santos.

Continua após a publicidade

Um das confissões gravadas é a de Jefferson Luis de Miranda, de 32 anos. Acusado de roubos e de um latrocínio, Miranda foi preso na quinta-feira em Peruíbe, no litoral paulista, onde se escondia. O acusado apontou como mandante o “sintonia-geral de Carapicuíba”, o chefe da facção na região. Afirmou que, para quitar sua dívida de 10 000 reais com o grupo, devia matar um policial militar. O prazo para que cumprisse a determinação era de dez dias.

O tempo passou e Miranda não achou um PM. Recebeu, então, novo prazo: em 24 horas ou matava ou seria cobrado pela facção. Diante disso, Miranda pediu ajuda a um amigo. Segundo o delegado Josimar Ferreira de Oliveira, esse amigo é Valmir Fernandes, de 28 anos. Fernandes indicou o investigador João Antônio Pires, e a facção permitiu que, em vez de um militar, ele matasse um policial civil. Apanharam-no quando Pires saía de um mercado em 5 de outubro.

O investigador carregava duas sacolas, quando os bandidos chegaram em uma moto. Miranda estava na garupa e atirou. Câmeras filmaram o policial tentando fugir – ele correu para o mercado e foi perseguido pelo acusado de arma em punho. O criminoso acertou dezesseis vezes o investigador – os últimos tiros foram disparados com a vítima imóvel e indefesa, caída no chão. Fernandes foi preso no dia 8 e negou a acusação. Ele e Miranda são mais dois candidatos a uma cela em um presídio federal, como os demais presos por matar policiais.

(Com Estadão Conteúdo)