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Passeata de bombeiros e policiais atrai poucos grevistas

Líderes precisaram adiar assembleia para segunda-feira. Opinião pública e políticos, desta vez, deixaram profissionais da segurança de lado

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 fev 2012, 14h49

“Não há um movimento político por parte do Daciolo e nem da corporação”, afirmou Cristiane Daciolo, mulher de Benevenuto. No entanto, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra Cabral e chegaram a pedir a prisão do governador

No primeiro teste de adesão ao movimento grevista das forças de segurança do Rio, pouco mais de 200 pessoas estiveram presentes. A maioria reunida na praia de Copacabana em apoio aos pedidos por aumento salarial e anistia aos militares era composta por bombeiros e seus familiares. Jovens ligados ao PSTU, PSOL e aos diretórios acadêmicos de universidades federais do Rio participaram da manifestação. A previsão inicial era de que fosse feita uma caminhada pela orla às 10h. Como no horário não havia 100 pessoas para iniciar o protesto, decidiu-se por esperar pelo aumento do quórum. Isso não aconteceu e o jeito foi ficar aglomerado no entorno de um carro de som que permaneceu parado em frente ao Copacabana Palace.

O protesto despertou, no máximo, curiosidade de quem passava pelo local. Muitos daqueles que aproveitaram para caminhar ou praticar esportes no calçadão da praia de Copacabana neste domingo passaram direto pelo carro de som, sem prestar atenção em qualquer palavra gritada pelos manifestantes. Desta vez, a situação se mostra oposta à ocorrida em abril de 2011. No ano passado, a adesão ao movimento do Corpo de Bombeiros fazia com que todas as manifestações da corporação ficassem lotadas. O que se viu neste domingo foi um movimento sem o apoio espontâneo vindo das ruas.

A assembleia marcada para acontecer depois da caminhada também foi cancelada. Um novo encontro entre os bombeiros e as polícias civil e militar ficou marcado para segunda-feira às 18h. Serão definidos os novos rumos da greve ou até mesmo seu possível fim. Com as ausências dos líderes e, em especial, de Benevenuto Daciolo, o primeiro manifestante preso, o movimento se apresentou desorganizado e esvaziado. A conotação política reforçada pelos vídeos que vieram à tona – como aquele gravado em 2011 que mostra Daciolo instruindo os bombeiros a não aceitarem aumento, a não desistirem do movimento e a irem contra o governador Sérgio Cabral – ajuda a afastar a opinião pública.

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“Não há um movimento político por parte do Daciolo e nem da corporação”, afirmou Cristiane Daciolo, mulher de Benevenuto. No entanto, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra Cabral e chegaram a pedir a prisão do governador. Uma criança usava uma camiseta com os dizeres: “Meu pai não é vândalo”, em referência a Cabral, que, em 2011, chamou os bombeiros de vândalo após a invasão ao Quartel General do Corpo de Bombeiros.

A deputada estadual Janira Rocha, do PSOL, que orientou Daciolo, por telefone, a emplacar a greve no Rio, discursou a favor dos militares. Em sua fala, mais uma comprovação de que a população abandonou o movimento. “Muito parlamentar apoiou o movimento quando a opinião pública estava do mesmo lado (em 2011). Hoje, renegam três vezes. Articularam com grevistas e hoje não colocam a cara a tapa porque podem perder votos. Perco o mandato, mas não perco a dignidade”, disse a deputada com o microfone em punho.

Em uma manobra desastrada, cerca de 100 manifestantes expulsaram as repórter da Rede Globo e GloboNews que faziam a cobertura do protesto. Arremessando garrafas d’água nas jornalistas, o grupo foi atrás das duas até ter certeza de que elas deixariam o local. Com o discurso da paz e da liberdade, representantes em cima do carro de som tentavam convencer de que eles não abandonariam a população. A manifestação acabou com música evangélica e oração. Enquanto isso, turistas aproveitavam para tirar fotos nos carros da Guarda Municipal – usados para patrulhar as areias de Copacabana -, que, sem participar da greve, conseguiu fazer mais sucesso.

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