Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Para ter corredor de ônibus, SP venderá áreas públicas

Prefeitura vai desapropriar imóveis, vender quarteirões inteiros para a iniciativa privada e aplicar os recursos nos corredores

Por Da Redação
10 abr 2013, 09h07

Para construir os 150 quilômetros de corredores de ônibus até 2016, como prometido na campanha eleitoral, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), pretende arrecadar parte dos 6,1 bilhões de reais estimados para as obras com a venda de terrenos a particulares. Em vez de só desapropriar imóveis para erguer paradas e abrir faixas de ultrapassagem, a administração vai repassar quarteirões inteiros para a iniciativa privada. Os recursos, então, serão investidos em corredores de vias como Avenidas 23 de Maio e Bandeirantes.

A proposta, divulgada pelo secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, ainda não explica como imóveis particulares, depois de desocupados a pedido da prefeitura e com autorização da Justiça, serão entregues a empreiteiras – que poderão construir unidades residenciais ou comerciais. Segundo Tatto, uma das justificativas para a proposta é o adensamento de áreas perto do transporte público. “A ideia é desapropriar toda a quadra e fazer a venda de lotes, casas, apartamentos. Aí, adensa a área onde está o transporte público. Desapropria todo o pedaço e esse estoque de terra serve para pagar a desapropriação que se precisa para o transporte. O setor imobiliário constrói. Isso é uma ideia do prefeito, não é minha, não”, disse Tatto.

Embora o Estatuto das Cidades preveja que o município tenha instrumentos para usar terrenos para angariar fundos, a forma como esse repasse será feito ainda não está definida, segundo a secretaria. A pasta informou que outro departamento da prefeitura, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, é que fará o detalhamento do processo.

Leia também:

O eterno desafio de São Paulo: fazer andar a “cidade que nunca para”

SP: pela 1ª vez em 9 anos, cai o número de passageiros de ônibus

Parceria – Segundo o advogado conselheiro da Comissão de Habitação e Urbanismo da OAB-SP Carlos Artur André Leite, a controvérsia está no fato de que a prefeitura vai usar bens particulares para lucrar e executar seu projeto. “As indenizações devem ser calculadas de forma a ressarcir os antigos proprietários também da valorização que eles teriam com esse imóvel.” Ele afirmou que uma das melhores maneiras para executar esse plano é por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), em que empresas particulares que recebessem esses terrenos tivessem a obrigação de construir os corredores.

A cidade já tem uma licitação em andamento para construir cerca de setenta quilômetros de corredores, em avenidas como a Engenheiro Luís Carlos Berrini, Guarapiranga e Carlos Caldeira Filho. O projeto apresentado em uma audiência pública nesta terça-feira é para uma segunda etapa de obras, prevista para começar em janeiro do próximo ano.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.