Paes convoca bate-papo na web sobre plano de educação
Votação marcada na Câmara para esta terça-feira pode ser adiada, após uma decisão da Justiça; professores continuam protestando no Centro do Rio
Enquanto os professores do Rio de Janeiro se organizam em mais um protesto pelas ruas do Centro da cidade, nesta segunda-feira, o prefeito Eduardo Paes convoca a população a participar de uma conversa on-line. Ao lado da secretária municipal de Educação, Claudia Costin, ele promete explicar em detalhes o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações que levantou a ira dos grevistas. A categoria afirma que a proposta só beneficia 10% da categoria.
O projeto original foi encaminhado pelo Executivo à Câmara na semana passada, mas a votação foi suspensa depois da invasão do plenário pelos professores. O bate-papo será transmitido ao vivo em www.riosemprepresente.com.br/aovivo.
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Justiça – Em sessão marcada para esta terça-feira, os vereadores voltariam a apreciar a proposta, que recebeu 27 emendas. Entretanto, uma decisão judicial concedida nesta segunda pode invalidar a nova audiência. A juíza da 9ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), Gisele Guida de Faria, anulou a reunião das comissões realizada no dia 23 de setembro sobre a rede municipal de ensino, que viabilizou a votação.
A determinação partiu de um parecer favorável a um mandado de segurança impetrado pelo vereador Jefferson Moura (PSOL) contra o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB). Moura alegou violação do regimento interno, porque a reunião teria sido realizada à noite e sem convocação prévia de todos os parlamentares. A juíza considerou que “a inobservância de tal regra violou” o direito do vereador de participar do encontro. Até que a Casa se pronuncie nenhum encaminhamento pode ser dado sobre o caso.
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Protesto – Os educadores, que continuam em greve, mantém a pressão para tentar impedir a votação do projeto. As principais vias do Centro, como a Avenida Rio Branco, foram interditadas durante a passeata que rondou a Câmara de Vereadores desde o início da noite desta segunda-feira. Professores, mais velhos e sem nenhum objetos nas mãos, se viram do mesmo lado de integrantes do Black Bloc – grupo de preto a quem é creditado grande parte do vandalismo que se vê ao fim das manifestações.
O clima ficou tenso em vários momentos, com correria generalizada, levando o comércio a fechar as portas mais cedo. Ainda no início da tarde, um princípio de tumulto levou PMs a lançar gás de pimenta contra um grupo ainda pequeno de manifestantes. Já à noite, o protesto ganhou mais simpatizantes, lotando o entorno da Câmara. “Oh, oh, oh, vem para a rua, professor”, gritavam eles, sem poupar o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. Pelo menos uma pessoa foi detida no ato.
Márcia Foletto/Agência O Globo
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