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Os ‘nós’ por trás da aliança entre Campos e Marina

Ex-senadora terá de lidar com conflitos ideológicos em alianças estaduais e prováveis impasses com políticos que fazem parte do leque de alianças costurado por Eduardo Campos para viabilizar sua candidatura em 2014

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 out 2013, 20h00

Mais nova – e célebre – aliada do governador Eduardo Campos, a ex-senadora Marina Silva terá de lidar a partir de hoje com potenciais conflitos ideológicos em alianças estaduais e prováveis impasses “programáticos” entre os militantes da Rede Sustentabilidade e políticos que fazem parte do guarda-chuva de apoio ao pré-candidato do PSB à eleição presidencial de 2014.

Embora afirme se tratar apenas uma “filiação simbólica” ao PSB, Marina passará a conviver com dilemas éticos: mais de vinte deputados da bancada do PSB na Câmara dos Deputados, por exemplo, votaram alinhados aos ruralistas nos debates sobre o Código Florestal – a posição PPS na mesma votação era apontada como um dos principais impasses para que a sigla fosse escolhida pela ex-senadora. Com ou sem Marina, o PPS continua como um dos alvos de cobiça de Eduardo Campos, o que poderia ampliar ainda mais o nó ideológico da coligação negociada pelo governador pernambucano.

No processo de costura de alianças para 2014, Campos também se aproximou de políticos refratários às bandeiras levantadas por Marina. Dois deles são o ruralista Ronaldo Caiado (GO) e o atual secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Catarina, Paulo Bornhausen. Em agosto, Campos contemplou Paulo Bornhausen, filho do ex-senador Jorge Bornhausen, com o comando do diretório estadual do PSB como parte da estratégia para sedimentar apoios no sul do país. Mesmo com essas incoerências, Marina nega que tenha se rendido ao pragmatismo político.

A ex-senadora, que apareceu com 26% das intenções de voto no último Datafolha, não atacou diretamente os acordos políticos alinhavados pelo socialista. Preferiu exaltar a “contribuição conjunta” que estaria em curso: “Há um processo do PSB em curso e, com base no aprofundamento dessa disposição programática, caberá a eles fazer suas avaliações”, disse a ex-senadora. “O que estamos nos dispondo é fazer esse alinhamento para ter a possibilidade de aprofundar cada vez mais essa contribuição conjunta.”

Confrontada diretamente com a possibilidade de dividir palanques em 2014 com Caiado ou Bornhausen, Marina novamente tergiversou. “Temos absoluta convicção de que estou coerente com a nossa determinação de continuarmos afirmando e reafirmando o programa e processo da Rede”. Ela ressaltou, entretanto, que vai conversar “com aqueles que se propõem ao diálogo programático”. “Nesse momento, há disposição da direção do PSB e de seus maiores dirigentes”, disse.

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Sem mencionar os possíveis conflitos formados na construção da aliança política, Campos ressaltou que o PSB e a Rede são “partidos autônomos e com identidades diferentes”. “Mas temos princípios e valores que nos possibilitam, nesse momento, fazer essa aliança na busca de um programa que quebre a velha lógica do poder pelo poder.”

Palanques – Na formação dos palanques estaduais, o “dilema de Marina” não é diferente. De imediato, aliados dela garantem apoiar as decisões do PSB nas candidaturas aos governos do Ceará e de São Paulo – onde provavelmente os socialistas lançarão candidaturas próprias. Nas demais unidades da federação, os casos ainda serão negociados ou será adotada uma postura independente. “A Rede não está se fundindo com o PSB, não está dizendo que vai apoiar x ou y candidato naquele estado”, ressalvou Marina.

Pelo acordo firmado entre Rede e PSB, fica garantida a “integridade partidária” das duas siglas, ainda que a legenda de Marina Silva não exista formalmente. “Vamos preservar nossas diferenças”, observou Campos. “Há estados onde apoiamos companheiros abrigados em outras legendas e estados onde as alianças estão mais distantes. O fundamental é que possamos discutir o país”.

Na mesma cerimônia, filiaram-se ao PSB os deputados Walter Feldman, ex-PSDB, e Alfredo Sirkis, ex-PV, além do coordenador da Rede, Pedro Ivo Batista.

https://youtube.com/watch?v=CkVuq9qIYKM

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Célula-tronco

Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, em setembro de 2009, a então senadora Marina Silva, filiada ao PV, explicou seu apoio às pesquisas científicas, mas sua posição contrária ao uso de célula-tronco embrionária.

Corrupção

Em pronunciamento na tribuna do Senado Federal, Marina Silva (PV) defendeu a transparência das contas públicas como antídoto à corrupção e citou números contabilizados pela FIESP sobre o montante bilionário do desvio de dinheiro público no Brasil.

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Saída do PT

Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, Marina Silva citou a incapacidade de o PT se engajar na luta socioambiental e a vontade de não assumir um terceiro mandato como principais motivos para romper com o Partido dos Trabalhadores antes de se filiar ao PV e aceitar o convite para concorrer à Presidência da República.

Código Florestal

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Durante a convenção do PV, em junho de 2010, para lançamento de sua candidatura a Presidência da República, Marina Silva falou sobre as mudanças no Código Florestal e o relacionamento com políticos e setores da sociedade.

Derrota nas eleições de 2010

Fora do segundo turno da disputa pela Presidência da República nas eleições de 2010, Marina Silva negou apoio aos candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), e criticou a violência dos ataques pessoais durante a campanha.

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Manifestações no Brasil

Em junho de 2013, enquanto estruturava o partido Rede Sustentabilidade, Marina Silva criticou em um vídeo na Internet o despreparo do Estado para lidar com os protestos que se organizaram nas redes sociais.

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