Ordem de ataque às UPPs partiu de presídio, diz Beltrame
Ao menos quatro unidades foram alvos de tiros - em Manguinhos, contêineres ainda foram incendiados. No confronto com bandidos, quatro PMs se feriram
Os ataques a quatro Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio de Janeiro, na noite de quinta-feira, foram ordenados por traficantes de dentro de um presídio. A informação é do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. “Eu posso dizer isso a vocês: nós temos isso confirmado. E o que nós fazer é um plano para proteger, sem dúvida, a cidade de mais esta crise”, declarou, nesta sexta, pouco antes de viajar a Brasília, ao lado do governador Sérgio Cabral. Em uma reunião com a presidente Dilma Rousseff, eles pediram o apoio das Forças Federais nas áreas consideradas pacificadas.
Na quinta, quatro UPPs foram alvos de criminosos. O caso mais grave ocorreu no Complexo de Manguinhos, onde bandidos atiraram contra os contêineres, e depois atearam fogo. O comandante da unidade, capitão Gabriel Toledo, foi baleado na coxa direita e precisou ser submetido a uma cirurgia. Ele está internado no Hospital da Polícia Militar e seu quadro é considerado estável. Outros três agentes ficaram feridos – dois por tiros e um a pedradas. As outras bases atacadas ficam nos complexos do Lins (Camarista Méier) e do Alemão e em Benfica (Parque Arará), todas na Zona Norte da capital.
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A segurança foi reforçada em todos os pontos críticos nesta sexta, segundo o coronel Frederico Caldas, comandante das UPPs. “Dobramos o efetivo. Podemos dizer que a situação já é de tranquilidade, mas o Bope e o Batalhão de Choque vão permanecer nessas áreas enquanto for necessário”, declarou, em entrevista ao RJTV, da Globo. Parte da favela de Manguinhos continua sem luz – o incêndio atingiu um poste de energia elétrica. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, quatro escolas, duas creches e um espaço infantil estão fechados no complexo, deixando quase 4.000 estudantes sem aula.
Governo – Logo após os ataques coordenados, o governador Sérgio Cabral emitiu nota condenando os ataques às UPPs: “Essa é mais uma tentativa da marginalidade de enfraquecer a política vitoriosa da pacificação, que retomou territórios historicamente ocupados pela bandidagem para o controle do Poder Público”, disse, reiterando o “firme compromisso assumido com a população do Rio de Janeiro de não sair, em hipótese alguma, desses locais ocupados”.
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