Oposição aprova CPI da Corrupção em Campinas

Comissão terá noventa dias para avaliar as responsabilidades em fraudes de contratos e liberação de empreendimentos imobiliários

Por André Vargas
29 ago 2011, 22h33

Prefeito de Campinas empossado na semana passada, Demétrio Vilagra (PT) se tornou alvo de uma investigação da Câmara (Érica Dezone/AE/VEJA)

O atual prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), e o cassado, Hélio de Oliveira Santos (PDT), serão os alvos centrais da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aprovada pela Câmara de vereadores, na sessão da noite desta segunda-feira. Além dos políticos eleitos, também serão visados empresários, funcionários e gestores públicos implicados, em diferentes graus, na montagem de um grande esquema de fraude e cobrança de propinas em contratos com a prefeitura. Autor da instauração da CPI da Corrupção, o vereador Artur Orsi (PSDB) foi também quem requereu a comissão que analisou a conduta do prefeito Hélio e votou pela sua cassação. Foram precisos onze votos para aprovar a CPI.

Hélio de Oliveira Santos foi cassado por ter sido considerado omisso em relação ao que ocorria durante o seu mandado. O Ministério Público estadual (MP-SP) denunciou a ex-chefe de gabinete e primeira-dama de Campinas, Rosely Nassim Santos, por fraude, corrupção e formação de quadrilha. Junto também está denunciado Demétrio Vilagra (PT), empossado no lugar do prefeito Hélio e que, em maio, chegou a ser detido, durante uma operação do MP-SP.

“Vamos analisar os contratos de merenda escolar, de publicidade, da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas (Sanasa), da liberação de antenas de telefonia celular e a aprovação de empreendimentos imobiliários”, afirmou Orsi. Na sessão da Câmara da próxima quarta-feira serão sorteados seis integrantes da CPI que auxiliarão o autor da proposta. A comissão terá noventa dias, prorrogáveis por mais noventa, para concluir o seu trabalho.