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Rio tem 11 assaltos a ônibus por dia

No 1º semestre de 2011, cidade já teve mais de 2 mil roubos em coletivos. Crimes afetam diretamente a sensação de segurança da população

Por Rafael Lemos
10 ago 2011, 17h10

“O Rio de Janeiro passa hoje por um processo consistente de melhoria da segurança pública, mas este é um problema de grande envergadura, que não se resolverá da noite para o dia”, afirma Rosiska Darcy, presidente do movimento Rio Como Vamos

A zona norte e o centro do Rio de Janeiro são as áreas mais visadas por bandidos que atacam passageiros de transporte coletivo. A maioria dos casos concentra-se na zona norte, com destaque para a área da 21ª DP (Bonsucesso), que inclui os bairros de Benfica, Bonsucesso, Higienópolis, Manguinhos, Maré e Ramos. No entanto, a maioria das linhas passa obrigatoriamente pelo centro da cidade. Nos últimos anos, as estatísticas do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram uma redução desse tipo de crime – assim como dos demais delitos. Mas ainda não é possível dizer que a viagem de ônibus é uma opção segura: só no primeiro semestre de 2011, foram 2.039 casos na capital – uma média de 11 casos por dia.

Na primeira metade de 2010, foram 2.335 casos, contra 3.164 no mesmo período de 2009. A queda foi de 35,6% em apenas dois anos. Os chamados “frescões” – ônibus mais confortáveis, com ar condicionado, poltronas reclináveis, trajetos longos e passagens mais caras – despertam um interesse especial dos bandidos, pois são a opção de passageiros com maior poder aquisitivo e que, com frequência, carregam objetos de valor, como celulares caros, notebooks, relógios e outros itens.

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Os roubos em ônibus, como o ocorrido na noite de terça-feira na Av. Presidente Vargas, em que cinco pessoas ficaram feridas por tiros, são enquadrados pelo ISP na modalidade “roubo em coletivo”. Ela faz parte dos delitos considerados prioritários para redução, pelas metas estabelecidas pela Secretaria de Segurança. Assim como os roubos de celular e transeunte, essa modalidade está inserida na categoria “roubos de rua” e é determinante para a sensação de segurança do cidadão.

“É claro que um caso como este impacta negativamente na sensação de segurança da população. Foi uma tragédia, com pessoas feridas, uma delas em estado grave, e muitas traumatizadas. Quem assiste pela TV imagina que também poderia estar ali. O fato concreto é que tivemos uma redução significativa da quantidade de casos, embora os números ainda sejam assustadores. O Rio de Janeiro passa hoje por um processo consistente de melhoria da segurança pública, mas este é um problema de grande envergadura, que não se resolverá da noite para o dia”, afirma Rosiska Darcy, presidente do movimento ‘Rio Como Vamos’. A entidade acompanha o desempenho de vários índices da cidade, como segurança, poluição e qualidade de serviços.

Traumas do passado – A repercussão de assaltos a ônibus com reféns remete os cariocas a lembranças traumáticas. A maior delas é o ataque ao ônibus 174, em junho de 2000. Na ocasião, um sobrevivente da chacina da Calendária sequestrou um coletivo na zona sul. Após quase cinco horas de negociação, um policial tentou baleá-lo, mas acertou de raspão uma refém, que em seguida levou três tiros do bandido. No entanto, outros episódios com passageiros sob a mira de bandidos também ajudam a criar a atmosfera de medo que acompanha as viagens nos 8.500 ônibus que circulam na cidade do Rio.

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No último dia 12 de julho, outra tentativa de assalto a ônibus na Av. Presidente Vargas acabou em tiroteio e também deixou cinco feridos. O episódio ocorre em frente à sede da prefeitura do Rio, na Cidade Nova. Por volta das 20h, dois bandidos embarcaram num ônibus da linha 352 (Castelo-Rio Centro), na Av. Brasil, altura de Benfica. Um passageiro alertou a polícia, que interceptou o ônibus. Os 40 passageiros a bordo viveram três minutos de desespero durante a troca de tiros entre. Um deles, em pânico, chegou a se jogar pela janela.

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