O medo de volta à Cidade de Deus
Policial militar foi baleado em ataque de traficantes na noite de domingo. Escolas estão fechadas nesta segunda-feira
O ataque à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Cidade de Deus, que deixou um policial baleado na noite de domingo, ainda tem desdobramentos para os moradores da favela. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio, 7.068 alunos de dezesseis unidades escolares estão sem aulas nesta segunda-feira, por causa da operação policial realizada para tentar prender os bandidos que atiraram contra a UPP. As aulas foram suspensas porque alunos e professores não conseguiram chegar às escolas. Ainda segundo a SME, os profissionais não aderiram à greve das redes estadual e municipal, iniciada no último dia 12. Outras quatro escolas municipais e duas estaduais funcionam normalmente.
O cabo Vinícius Salles de Oliveira foi baleado na noite de domingo, quando bandidos atiraram contra a sede da UPP da Cidade de Deus. O policial foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região e depois transferido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste. O estado de saúde dele é considerado estável.
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Após o ataque, um homem de fuzil entrou na UPA à procura do policial, enquanto outros três permaneceram dentro de um carro na frente da unidade hospitalar. Na operação de hoje, que conta com o apoio de diversos batalhões, os agentes procuram por um traficante conhecido como Sardinha.
Policiais atacados – Oliveira foi o 118º policial baleado este ano no Rio. De janeiro a março, seis policiais morreram vítimas de tiros. No domingo uma manifestação na Praia de Copacabana lembrou os policiais atacados, e cobrou do Estado mais segurança para os profissionais da segurança.
Como mostrou reportagem do site de VEJA, o risco existe também nas favelas com UPPs, que têm sido alvos de traficantes. As favelas com UPPs já tiveram, este ano, mais policiais mortos e baleados do que em todo o ano passado. Quatro dos PMs mortos estavam em UPPs – em 2013, foram três as mortes nas favelas chamadas de “pacificadas” pelo governo do Estado.
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(Com Estadão Conteúdo)