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No Acre, presença de Marina no páreo ofusca eleição local

Favorito à reeleição, governador Tião Viana deverá manter a hegemonia do PT no estado, administrado pelo partido desde 1999

Por Mariana Zylberkan, de Rio Branco
5 out 2014, 07h40

“Tem gente que diz ter visto nossa mãe que morreu há mais de 30 anos pedindo esmola na rua”, Maria Lúcia Silva, irmã de Marina

Reduto petista há 20 anos, marcados pela troca de cadeiras entre os irmãos Tião e Jorge Viana e seus aliados no governo, o Acre não dá sinais de que mudará de comando neste ano. Candidato à reeleição, Tião Viana desponta com 47% das intenções de voto, contra 23% do segundo colocado, Márcio Bittar (PSDB), segundo os principais institutos de pesquisa. Mas é a disputa pela Presidência da República que tem mobilizado os moradores de Rio Branco, cidade-natal da candidata do PSB, Marina Silva.

Apesar de se ver muito pouco material de campanha da candidata nas ruas da capital, pesquisas apontam que Marina é favorita entre a população, diferentemente do pleito de 2010, quando ficou em terceiro lugar no seu estado. “Eu vou votar nela por ser acreana, pelo menos é alguém que pode olhar para esse canto do país”, diz o taxista Rodrigo Alves.

O PSB, entretanto, carece de lideranças no Acre. A figura do partido mais forte na região é o atual candidato a deputado federal César Messias, que é aliado do empresário defensor do agronegócio Gladson Cameli (PP), postulante ao Senado. “Quem tem feito campanha para Marina aqui é uma juventude de classe média pouco numerosa”, diz Elder Andrade de Paula, professor da Universidade Federal do Acre.

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Mesmo assim, sua candidatura parece ter promovido uma mudança na política local, inalterada ao longo de tantos anos da hegemonia da família Viana. As casas na periferia de Rio Branco ostentam bandeiras rústicas feitas com pedaços de bambu e um pano vermelho na ponta em sinal de apoio ao PT. Moradores dizem que as bandeiras estão mais rareadas nessas eleições.

Com pouca verba, a campanha de Marina em Rio Branco é feita por voluntários da Rede Sustentabilidade, partido que Marina não conseguiu formalizar a tempo de disputar o pleito, com ajuda da estrutura do PSB. Na noite da última sexta-feira, algumas dezenas de pessoas panfletavam e hasteavam bandeiras no centro da cidade, entre elas, as irmãs de Marina Silva. “Não acreditamos em pesquisa, eleição se ganha na urna”, diz Maria Lúcia Silva, irmã da candidata e muito assediada por causa da incrível semelhança entre elas.

Maria Lúcia conta que ajuda na campanha também para desmentir boatos de que Marina abandonou a família na periferia de Rio Branco e não os ajuda. “Tem gente que diz ter visto nossa mãe que morreu há mais de 30 anos pedindo esmola na rua”, diz.

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Pouco antes do ato político, um dos sobrinhos viu desaparecer em minutos os poucos santinhos que ainda restavam da campanha, tamanho o interesse da população por Marina.

Apesar da “Marina-mania” na cidade, há muitas vozes críticas à seringueira, como a ex-colega de militância Maria de Fátima Gonçalves, assessora pastoral da Diocese de Rio Branco, onde Marina frequentou depois que deixou o seringal bagaço. “Ela não é mais a cara do Acre. Como pessoas de luta, nós não ficamos em cima do muro, tomamos um lado”, diz Maria de Fátima que critica as recentes concessões da candidata ao programa de governo formulado pelo PSB.

Muitos também reclamam do fato de Marina não ter ido ao estado natal fazer campanha. Ele só visitou o Acre quando ainda era candidata a vice de Eduardo Campos.

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