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‘Não sou conspirador do impeachment’, diz ministro que pediu demissão

Eliseu Padilha afirma que deixa ministério para se dedicar às eleições do próximo ano. No governo, saída é vista como sinal político em apoio ao processo contra Dilma

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 dez 2015, 18h01

O ministro demissionário da Secretaria de Aviação Civil (SAC) Eliseu Padilha disse nesta segunda-feira que, ainda que tenha pedido demissão do governo, não será “parceiro de um golpe” e nem se considera um “conspirador” do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Um dos aliados mais próximos do vice-presidente Michel Temer, Padilha deixa o primeiro escalão do governo em meio ao processo que pode derrubar a presidente do poder, o que é interpretado como um sinal político de que ele, especialista em contabilizar votos no Congresso, atuará para recolher apoios para a deposição da petista.

“Quem conhece o presidente Michel Temer e me conhece sabe que conspiração não cabe no nosso vocabulário. Ele é um homem que é um democrata vocacionado à observância da Constituição e da Lei. Então ninguém espere de Michel e de mim golpe. Nós não seremos parceiros de golpe nenhum, nunca”, disse.

O ministro demissionário declarou ainda que é “zero” a chance de ele e de Temer trabalharem pelo impeachment e justificou sua saída do governo com o argumento de que precisaria cuidar das eleições municipais do ano que vem e da disputa presidencial de 2018. “A chance [de trabalhar pelo impeachment] é zero. O presidente Michel Temer disse que não vai articular o impeachment e a minha chance também é zero. Se a chance do presidente é zero, a minha é igual. Eu sou aqui um executor daquilo que o presidente vai fazer no partido”.

Na primeira manifestação pública desde que protocolou sua carta de demissão no Palácio do Planalto, Padilha disse ainda que o vice Michel Temer também não tem a palavra “conspiração” no vocabulário, mas foi evasivo ao ser questionado se ambos, como aliados da presidente, atuariam para barrar as articulações pró-impeachment. “O PMDB tem uma composição múltipla. Uma parte do partido apoia e é fiel ao governo de forma incondicional, uma parte é neutra e uma parte faz oposição. O presidente Michel Temer tem que ser tradutor dessa vontade do partido, sob pena de ele perder o controle do partido”, tergiversou.

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O pedido de demissão do ministro da Aviação Civil acendeu o sinal de alerta no Palácio do Planalto, que teme o risco de outros ministros do PMDB abandonarem Dilma em uma debandada. A saída de Padilha foi interpretada também como um sinal de aproximação com a oposição em um eventual governo Temer. Oficialmente, a gota d’água para o pedido de demissão de Eliseu Padilha foi a retirada da indicação de Juliano Noman para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Sem explicações a Padilha, a indicação de Noman foi retirada pela Casa Civil e a sabatina do atual secretário de Aeroportos, ligado também ao ex-ministro Moreira Franco, foi cancelada. Nos últimos dias, Padilha tentou, em vão, destravar a indicação com os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil), mas ele não foi recebido pelos dois auxiliares de Dilma.

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