‘Não serei candidato neste ano’, diz Kassab
PSD confirma apoio à candidatura de Paulo Skaf ao governo paulista e afirma que o candidato terá "liberdade total" para compor a chapa. Peemedebista convida Henrique Meirelles, ex-presidente do BC, para o Senado
O presidente do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab, anunciou nesta sexta-feira o apoio formal do partido ao candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf. Com a decisão, Kassab desistiu de concorrer a qualquer cargo eletivo neste ano: “Não serei candidato a nenhum cargo nas eleições neste ano. Meu nome não está à disposição”, disse. Com a recusa de Kassab, Skaf decidiu convidar o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para disputar o Senado na sua chapa – ele deve decidir seu futuro político até segunda-feira, data limite imposta pela Justiça Eleitoral.
Os apelos do PT para que Kassab não apoiasse a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) surtiram efeito. O ex-prefeito paulistano admitiu que o apoio nacional do PSD à reeleição presidente Dilma Rousseff, que terá como parceiro de chapa novamente o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), “contribuiu” para a adesão a Skaf no Estado. Dilma já afirmou a peemedebistas que possui dois candidatos de sua base em São Paulo, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) e Paulo Skaf. “A candidatura à Presidência que o PSD defende é a mesma que o PMDB defende”, afirmou Kassab.
Kassab, que também negociou com o PSDB e com o PT, disse que o apoio a Skaf é “incondicional”, sem compromisso de o PSD assumir a candidatura à vice, hoje com o PDT, nem ao Senado – atualmente aberta. O Pros também se coligou a Skaf. “Demos total liberdade para que Skaf componha a chapa com companheiros de qualquer partido da aliança”, afirmou. PSD e PMDB devem fazer também coligação proporcional nas chapas para deputado estadual e federal.
Kassab desembarcou da candidatura de Alckmin – que os tucanos davam como certa – apenas três dias antes do prazo final para a formação de alianças, dia 30 de junho. Ele disse que participará ativamente da campanha para apresentar ao Estado um “projeto de mudança encabeçado por Skaf”. “Tínhamos como prioridade a candidatura própria, que representaria a terceira via aqui no Estado, um projeto novo. Mas esse projeto novo acabou sendo ocupado pelo Paulo Skaf. Ele começou a campanha mais cedo e simboliza a renovação por estar fora da vida pública. Talvez os paulistas estejam querendo algo efetivamente novo.”
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O acerto com Skaf foi decidido nesta sexta-feira durante um café da manhã em São Paulo, do qual participaram os principais dirigentes do PSD, como o ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, o ex-governador paulista Cláudio Lembo e os deputados federais Eleuses Paiva e Guilherme Campos.
Convite – O PMDB já havia escolhido o advogado José Roberto Batochio, do PDT, para ser candidato a vice-governador com Skaf – e guardava a vaga do Senado para a composição da aliança. O peemedebista refutou a hipótese de a chapa ser modificada com a entrada do PSD. “O Batochio é o vice e isso não muda em hipótese nenhuma. O PDT já estava coligado conosco.”
Kassab negou que o PSD tenha cobrado espaço na chapa. Skaf chegou a sondar se o ex-prefeito gostaria de se candidatar, mas decidiu convidar Henrique Meirelles. “Agradeço o voto de confiança do PSD e tomei a iniciativa, espontaneamente, de formalizar um convite ao Henrique Meirelles para concorrer ao Senado”, afirmou Skaf. Segundo Kassab, o ex-presidente do Banco Central no governo Lula já havia declinado dos convites para concorrer tanto ao Executivo quanto ao Legislativo neste ano. Mas Skaf afirma estar “esperançoso” de que pode convencer Meirelles a mudar seus planos: “Vamos aguardar. Tenho um relacionamento muito bom com ele. Cada momento é um momento”. Entre os nomes do PSD que podem ocupar o lugar de Meirelles estão a ex-vice-prefeita paulistana Alda Marco Antonio, que já foi do PMDB, e o sindicalista Ricardo Patah.