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Moro defende que Dirceu continue preso na Lava Jato

Na semana passada, o juiz federal aceitou denúncia contra Dirceu, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras 13 pessoas

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 set 2015, 11h38

O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, encaminhou nesta sexta-feira ofício ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região em que defende que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu continue preso na Operação Lava Jato. O petista, que cumpria prisão domiciliar por causa do julgamento do mensalão, foi preso novamente, de forma provisória, no dia 3 de agosto e levado para a capital paranaense. Ele tenta reverter a nova prisão por meio de um habeas corpus no TRF4.

Na última semana, Moro aceitou denúncia contra Dirceu, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras 13 pessoas por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As suspeitas são de que Dirceu atuava em um dos núcleos do esquema de corrupção na Petrobras para arrecadar propina de empreiteiras por meio de contratos simulados de consultoria com a empresa dele, a JD Consultoria e Assessoria. Os indícios nas investigações apontam que o petista recebeu 11,8 milhões de reais em dinheiro sujo, tendo lavado parte dos recursos não só em contratos fictícios de consultoria, mas também na compra e reforma de imóveis para familiares e na simulação de alugueis de jatinhos. De acordo com as investigações, o esquema do ex-chefe da Casa Civil na Lava Jato movimentou cerca de 60 milhões de reais em corrupção e 64 milhões de reais em lavagem de dinheiro.

Em sua manifestação ao TRF4, Moro diz que “aparentemente não houve qualquer colaboração real e efetiva” de Dirceu nas investigações da Operação Lava Jato e afirma que, ainda que ele já tenha fechado a JD Consultoria, empresa utilizada por ele para lavar parte da propina recebida no esquema de corrupção da Petrobras, não foi eliminado o risco de o ex-chefe da Casa Civil continuar a praticar crimes.

“Tal risco [de reiteração] não foi eliminado pelo fato do investigado José Dirceu de Oliveira e Silva ter, no decorrer do presente ano e após à divulgação da notícia de que estaria sendo investigado na Operação Lavajato, encerrado as atividades da JD Assessoria e Consultoria Ltda., já que as provas são no sentido de que ele teria recebido apenas parte da propina por intermédio de simulação de contratos de consultoria da referida empresa, enquanto outra parte foi recebida subrepticiamente conforme descrições detalhadas e, no que foi possível documentadas, de Milton Pascowitch”, disse Moro.

O juiz destaca ainda que, em acordo de delação premiada, o lobista Fernando Moura descreveu acertos de propina repassados a Dirceu e revelou que refugiou-se no exterior, por sugestão de Dirceu, após o estouro do escândalo do mensalão. Segundo o delator, ele foi aconselhado pelo próprio José Dirceu, naquela época enfrentando processo de cassação na Câmara dos Deputados, a deixar o país para não levantar suspeitas. Moura relata que, com o mensalão, recebeu um “cala boca” de empresas que tinham contato com o governo federal, enquanto o então secretário-geral do PT Silvio Pereira, também investigado na época como mensaleiro, teria recebido a mesma mensagem da UTC e da OAS para não revelar o modus operandi instalado na Petrobras. Fernando Moura se mudou para Miami e, para continuar sem denunciar nada, recebia 100.000 reais mensais.

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