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Moro consulta Dilma sobre depoimento como testemunha de Odebrecht

Presidente da República afastada foi arrolada como testemunha do empreiteiro em ação penal em que ele é réu por associação criminosa e lavagem de dinheiro, acusado de comandar um departamento na Odebrecht destinado ao pagamento de propina

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 21h05 - Publicado em 14 jun 2016, 15h17

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações penais da Operação Lava Jato em Curitiba, enviou nesta terça-feira um ofício à presidente da República afastada, Dilma Rousseff, consultando-a sobre a possibilidade de prestar depoimento como testemunha de defesa do empreiteiro Marcelo Odebrecht. A ação penal da Lava Jato em que Dilma foi arrolada como testemunha tem o empreiteiro entre os réus por associação criminosa e lavagem de dinheiro, acusado de comandar um departamento na Odebrecht destinado ao pagamento de propina. A lista de testemunhas selecionadas por Odebrecht está na última folha de sua defesa prévia entregue a Moro, em maio.

“Consulto Vossa Excelência acerca da possibilidade de prestar depoimento presencial perante este Juízo ou por videoconferência com a Justiça Federal de Brasília, ou ainda se prefere fazê-lo por escrito”, escreveu Moro a Dilma, dirigindo-se a ela como “Excelentíssima Senhora Presidenta da República”. O prazo estipulado pelo magistrado para que a presidente afastada se manifeste é de cinco dias. Já condenado a 19 anos e quatro meses de prisão na Lava Jato, Odebrecht arrolou como testemunhas, além de Dilma, os ex-ministros Guido Mantega, Antonio Palocci e Edinho Silva, e outras onze pessoas. A defesa de Marcelo Odebrecht não explicou no documento que testemunhos Dilma e os ex-ministros poderiam dar a seu favor, limitando-se apenas a dizer que é “imprescindível a oitiva” de todas as testemunhas listadas.

Conforme VEJA revelou em novembro de 2015, o senador cassado Delcídio do Amaral deixou uma reunião com a petista espantado com o que classificou como “autismo” da presidente e o aparente desconhecimento dela sobre o umbilical envolvimento financeiro do PT com as empreiteiras implicadas na Lava Jato. “Presidente, a prisão (de Marcelo Odebrecht) também é um problema seu, porque a Odebrecht pagou no exterior pelos serviços prestados por João Santana à sua campanha”, disse o agora delator Delcídio a Dilma.

“Operações estruturadas” – As investigações da 26ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Xepa, escancararam o sistema de pagamento de propina instalado na Odebrecht: a empreiteira contava com um departamento exclusivo para pagamentos ilícitos, o Setor de Operações Estruturadas. Em depoimento prestado em acordo de delação premiada, a secretária Maria Lúcia Tavares revelou que todos os pagamentos paralelos deviam constar no sistema MyWebDay, uma espécie de ‘intranet da propina’ da Odebrecht. O sistema era de tal maneira organizado que altos executivos da empresa eram os responsáveis por liberar os pagamentos ilícitos.

O departamento da propina era composto, além de Maria Lúcia, de Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, superior hierárquico da secretária, e também de Ângela Palmeira Ferreira, Alyne Nascimento Borazo e Audenira Jesus Bezerra. As duas últimas davam apoio a Fernando Migliaccio da Silva, Luiz Eduardo da Rocha Soares e Hilberto Silva. Outros executivos de alto escalão também integravam o sistema – incluindo o herdeiro Marcelo Odebrecht.

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