Moradores da Penha protestam contra morte de menor
Jovem de 17 anos foi encontrado morto, e vizinhos acusam policiais da UPP
Uma manifestação de moradores da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na Zona Norte, terminou em tiroteio, com três ônibus incendiados e um carro da Polícia Militar depredado na noite de terça-feira. A confusão começou depois que moradores acusaram policiais militares pela morte de Laércio Hilário da Luz Neto, de 17 anos. O jovem estava desaparecido desde a noite de segunda-feira e seu corpo foi encontrado em cima de uma laje na favela Parque Proletário, que integra o complexo. Não havia marcas de tiros. Aparentemente, ele foi morto por asfixia.
Laércio estava desaparecido desde a última segunda-feira. De acordo com moradores, ele foi visto pela última vez sendo conduzido por PMs que trabalham na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do complexo. A PM negou envolvimento de seus agentes na morte do rapaz. O caso lembra o de Amarildo de Souza, morador da Rocinha que desapareceu depois de ter sido conduzido por policiais para a UPP da Rocinha. Seu sumiço completa um mês nesta quarta-feira.
O comandante das UPPs, coronel Frederico Caldas, esteve no complexo durante a madrugada desta quarta-feira. Ele disse considerar “muito prematuro” afirmar que a morte de Luz Neto estaria relacionada a uma suposta abordagem policial. O coronel providenciou a realização de perícia no imóvel em que o cadáver foi localizado. A área foi isolada e especialistas do setor de polícia técnica da Secretaria de Segurança Pública do Estado trabalharam a partir das 2h. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que enviou policiais à favela para acompanhar a perícia, deve assumir as investigações ainda nesta quarta.
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(Com Estadão Conteúdo)