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Mesmo com UPP, bandidos fecham comércio na Mangueira

Favela recebeu unidade da polícia em novembro de 2011. Policiais acreditam que ameaça tenha partido de aliados do traficante 2K, assassinado na última noite, na Zona Oeste

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
18 fev 2013, 11h39

Ocupada pela polícia e integrante do grupo de favelas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) desde 2 de novembro do ano passado, a favela da Mangueira, na Zona Norte do Rio, amanheceu com comércio fechado, por ordem de traficantes. A ameaça, para a polícia, partiu de bandidos ligados ao traficante Acir Ronaldo Monteiro da Silva, conhecido como 2K, de 42 anos, morto esta noite no Recreio dos Bandeirantes.

A ligação direta das ameaças com o assassinato do bandido, morto próximo à praia da Zona Oeste, é algo que só uma investigação futura poderá comprovar. A preocupação, no momento, para moradores e toda a população, é o fato de criminosos ainda conseguirem exercer tamanho poder mesmo depois da presença ostensiva de Policiais Militares na 18ª UPP do estado – atualmente são 30 dessas unidades.

Complexo do Alemão – O shopping vai à favela

O episódio também é um banho de realidade sobre a real dimensão da pacificação. No momento, desenha-se o projeto de um shopping-center no Complexo do Alemão, com lojas, cinemas e praças de alimentação. A promessa é de envolvimento de moradores em todas as etapas do empreendimento, da construção ao controle de franquias de marcas conhecidas – além, claro, de toda a rede de empregos que se forma a partir de um novo centro comercial. A situação na Mangueira, uma favela bem menor e, teoricamente, mais controlável do ponto de vista da segurança pública, alerta para os riscos da resistência dos bandidos armados.

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Apesar das repetidas afirmações do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, de que as UPPs prometem livrar o morador do poder armado do tráfico, mas não visam a eliminar totalmente a venda de drogas, o exemplo da Mangueira mostra que tirar os bandidos de circulação é parte importante do processo. No fim de semana, o Rio de Janeiro foi tema de uma reportagem do jornal americano New York Times, com o título “Rio, de olhos abertos”. Em tom de “teste” da cidade, a reportagem se propôs a verificar as reais condições de segurança, além, é claro, de descrever belezas do litoral e o espírito de descontração entre os cariocas. O saldo final, segundo a reporgagem, é positivo para a cidade. A publicação é mais uma de uma série de avaliações internacionais de grande repercussão, que atraem mais e mais turistas ao Rio.

Assassinato – O traficante assassinado esta madrugada cumpria regime semiaberto e foi morto a tiros, na Praia do Recreio dos Bandeirantes. Acir tinha 10 mandatos de prisão por tráfico e homicídio. Ele é acusado de invadir a quadra da Mangueira, em março de 2012, para tentar destituir o presidente Ivo Meireles.

Em nota, a Polícia Civil informou que a 17ª DP (São Cristóvão) tem dois inquéritos que apuram o tráfico de drogas na Mangueira. Nos dois inquéritos Acir é apontado como traficante daquela região. Segundo a Polícia Civil, o traficante não possuía mandado de prisão pendente e se apresentava de três em três meses em juízo.

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