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Marina compara IBGE à Petrobras após erro em pesquisa

Um dia depois de o IBGE admitir um erro grave em pesquisa, a candidata disse que má gestão do atual governo está comprometendo instituições

Por Talita Fernandes, de Campinas
20 set 2014, 17h45

A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, criticou neste sábado o erro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no cálculo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) referente ao ano de 2013. Um dia após o Instituto admitir a falha, a candidata disse que o atual governo está ‘depreciando’ as instituições que antes eram respeitadas. “(O que está acontecendo com o IBGE) é o mesmo que aconteceu com a Petrobras. Não por falta de funcionários competentes, honestos e comprometidos. (…) Uma instituição importante para o planejamento, o desenvolvimento de políticas para o nosso país que têm pessoas dedicadas, comprometidas, éticas, mas que, infelizmente, por má gestão, estão submetidas a esse tipo de situação”.

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No dia seguinte à divulgação da Pnad 2013, o IBGE convocou uma entrevista coletiva para anunciar a existência de uma incorreção. Segundo o instituto, um erro no cálculo do peso de algumas regiões na amostragem resultou na divulgação de indicadores incorretos. Um deles é o índice de Gini, que mede a desigualdade, que teve de ser alterado. O índice de Gini, que é usado mundialmente, leva em conta o número de pessoas em um domicílio e a renda de cada um, e mostra uma variação de zero a um, sendo que quanto mais próximo de um, maior é a desigualdade. Na pesquisa publicada na quinta-feira, o indicador que mede o rendimento real das famílias com o trabalho ficou em 0,498. Com a correção, fica em 0,495. O novo número mostra leve melhora em relação ao resultado de 2012, que havia sido de 0,496.

Apesar das críticas, Marina disse que não quer fazer pré-julgamentos e aproveitou para alfinetar, ainda que indiretamente, a adversária petista. “Não faço com os meus adversários aquilo que eles têm feito comigo”, disse. “É claro que nós vamos aguardar o que aconteceu, mas isso é o retrato de mais uma instituição respeitada no nosso país que em função da má qualidade da política e de má gestões à frente da sua direção está criando esse tipo de situação, completamente inaceitável para o padrão que deve ter uma instituição como o IBGE.”

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Ciência e Tecnologia – Durante um pronunciamento em Campinas, localizada e 100 km de São Paulo, Marina se comprometeu a elevar os investimentos do Produto Interno Bruto (PIB) em Ciência e Tecnologia. “Nós vamos sair dos atuais 1,1% para 2% em quatro anos. Essa é nossa meta”, disse. A candidata argumentou que o aumento dos investimentos no setor é fundamental para reverter o cenário de perda de empregos na indústria. “Em 2012 a perda foi de 6,1%, em 2013, 6,5%, afetando principalmente o setor industrial onde os empregos ligados à indústria requerem tecnologia, inovação e base de conhecimento. Esse setor tem sido prejudicado em função dos baixos investimentos em pesquisa”, defendeu. Sem detalhar a proposta, Marina disse ainda que, caso seja eleita, vai aprimorar o programa do governo federal Ciência sem Fronteiras, por meio do qual estudantes universitários fazem intercâmbio no exterior.

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Questionada sobre de onde serão retirados os recursos para Ciência e Tecnologia, Marina voltou a repetir o discurso de seu ex-companheiro de chapa, Eduardo Campos, morto há um mês em acidente aéreo. “Fizemos uma escolha de não permitir a ineficiência do gasto público, de aumentar e continuar colocando recursos do Orçamento público como se colocou 500 bilhões de reais no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (BNDES) para meia dúzia de empresas, que equivale a 20 anos do Bolsa Família. O Bolsa Família custa 24 bilhões de reais. Nós vamos priorizar os investimentos estratégicos”, disse. “Nós vamos controlar a inflação, baixar juros, dar eficiência ao gasto público, diminuir o gigantismo da máquina e é dai que vamos investir no que é importante e estratégico para o Brasil”.

Grandes fortunas – Marina disse ainda que não pretende criar o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), caso seja eleita, ao contrário do que disse o economista José Antonio Sant’ana, ligado ao PSB, durante evento em Brasília. “Nós estamos nos propondo a fazer uma reforma tributária com base no princípio da simplificação, da justiça tributária e da transparência. Essa não é uma proposta que foi colocada no nosso governo”.

Na quinta, Sant’Ana afirmou que Marina discutiu internamente com sua equipe de campanha a possibilidade de, no âmbito de uma reforma tributária, defender a tributação de grandes fortunas. O IGF está previsto na Constituição, mas nunca foi regulamentado. Em seu programa de governo, porém, Marina não faz referência ao assunto.

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