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Mais um registro na polícia contra Pedro Paulo

Depois de assumir dois espancamentos e uma ameaça à ex-mulher, surge um quarto boletim contra o braço-direito de Paes. Durante caminhada política, em 2014, ele foi acusado de dar um tapa e ameaçar morador de uma favela

Por Leslie Leitão e Thiago Prado, do Rio de Janeiro
30 nov 2015, 10h15

Depois de confessar ter espancado a ex-mulher Alexandra Marcondes duas vezes, o secretário de governo do Rio de Janeiro Pedro Paulo Carvalho está metido em mais uma confusão que foi parar na polícia. Desta vez, o braço-direito do prefeito Eduardo Paes e candidato do PMDB à sucessão na eleição do ano que vem é acusado de dar um tapa e ameaçar um fotógrafo durante uma caminhada que fazia durante sua campanha para deputado federal, no Morro Camarista Méier, na Zona Norte da cidade, em agosto do ano passado. Localizado pelo site de VEJA, o fotógrafo André Luiz Bezerra da Silva confirmou o ataque de fúria de Pedro Paulo.

Ao contrário das agressões à Alexandra – que chegaram a lhe quebrar um dente e, mesmo assim, o inquérito ficou cinco anos e oito meses parado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher da Polícia Civil do Rio – o caso em questão andou. André procurou a delegacia do bairro e fez o registro 026-03661/2014. Oito dias mais tarde, o caso foi enviado para a Polícia Federal, que o remeteu à Procuradoria-Geral da República – como parlamentar o acusado tem foro privilegiado. Consultada por VEJA, a PGR afirmou que ainda está analisando o caso. Já Pedro Paulo informou que nunca foi notificado para se manifestar sobre o episódio.

O caso ocorreu no dia 12 de agosto do ano passado, enquanto o então candidato a reeleição para a Câmara dos Deputados fazia campanha pela favela acompanhado de outro candidato a deputado estadual, André Ferraz. Um carro de som acompanhava o grupo anunciando que parte da favela havia sido asfaltada por obras de Pedro Paulo. Na região da Praça do Ouro Preto – uma das áreas mais pobres do morro – alguns moradores começaram a interpelar o secretário, dizendo que ele estaria fazendo propaganda enganosa. Em seguida, deu-se a confusão: “Eu sou repórter comunitário aqui. Então, fui acompanhando a caminhada filmando com o celular. Como as pessoas estavam protestando, ele ficou revoltado que eu estava registrando aquilo. Então, partiu pra cima de mim, deu um tapa no meu peito e tomou o celular. Depois botou o dedo na minha cara e berrou: ‘Apaga essa porra! Tá maluco?! Você quer me ferrar?'”, relata André, de 42 anos.

André também representou contra o candidato a deputado estadual Ferraz na polícia. O fotógrafo conta que o aliado de Pedro Paulo fez mais ameaças: “Seu maluco, seu doente! Vou te dar uma porrada, eu sei onde você mora, toma cuidado. Olha a merda que você vai fazer. Sei onde você e sua família moram”, disse Ferraz segundo André. Seguranças e assessores o obrigaram a apagar as imagens feitas naquele dia.

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Pedro Paulo já coleciona ao menos quatro acusações formais de violência em sua ficha criminal. O primeiro deles, ainda em 2008, foi em São Paulo, quando socou o rosto da ex-mulher Alexandra Marcondes, após a noite de Natal, na frente da filha de 2 anos do casal. O segundo e o terceiro registros foram feitos em 2010 – um, relatando socos e chutes dentro de casa, que resultaram num exame de corpo de delito e, o outro, quando Pedro Paulo ameaçou “sumir” com a filha. Em uma nota publicada no jornal Extra em março de 2011, o secretário já fora acusado de partir para cima do ex-namorado da sua então nova companheira dizendo ser quem “mandava na prefeitura”, durante uma confusão em um badalado camarote do carnaval carioca.

O estilo do candidato à prefeitura, por ora, não mereceu qualquer palavra de repúdio dos caciques do PMDB do Rio de Janeiro. Em uma convenção do partido realizada na última segunda-feira, o governador Luiz Fernando Pezão classificou os episódios de violência como “fofoca”. Paes já havia defendido o inseparável amigo com a tese de que o caso envolvendo a ex-mulher era “coisa de casal”.

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