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Lula, FHC e Collor se juntam pela Comissão da Verdade

Na abertura da cerimônia de instalação do colegiado, o Palácio do Planalto anunciou que o grupo de investigação vai “completar a história do Brasil”

Por Da Redação 16 Maio 2012, 17h16

Convidados pela presidente Dilma Rousseff para prestigiar a cerimônia de instalação da Comissão Nacional da Verdade, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor defenderam nesta quarta-feira a importância de se apurar violações de direitos humanos ocorridas entre os anos de 1946 e 1988. Eles rejeitaram a hipótese de o colegiado empreender um processo de “revanchismo” contra setores militares que, durante os anos de chumbo, foram responsáveis pela tortura e desaparecimento de pessoas. O ex-presidente José Sarney também participou da instalação do colegiado.

“Não será uma revanche”, afirmou Fernando Henrique Cardoso. “A Comissão da Verdade mostra ao país que é necessário guardar a memória e que uma coisa é justiça, outra coisa é a memória. Cada um dará a interpretação que quiser, mas os fatos são os fatos. O país vai aceitando pouco a pouco, progressivamente, que chegou o momento. Temos que revelar tudo e essa revelação não tem como objetivo colocar alguém na cadeia, mas impedir que se repitam fatos que ocorreram.”

Para Lula, “a Comissão da Verdade foi um passo estupendo que a sociedade deu na conquista da democracia”. Debilitado após um tratamento contra um câncer na laringe, o ex-presidente chegou à cerimônia amparado pelo assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia. Na avaliação de Lula, o grupo que vai investigar violações de direitos humanos ocorridas durante os anos de chumbo é importante por ter surgido após pressão da sociedade. “É importante lembrar que esta foi a única comissão da verdade no mundo surgida de baixo para cima”, afirmou Lula. “Uma coisa de povo para povo.”

Dilma Rousseff desceu a rampa que dava acesso à solenidade ao lado de FHC e Lula – Collor e Sarney encontraram a presidente momentos antes da cerimônia de posse. Em alguns momentos durante a descida ao Salão Nobre do Planalto, Dilma teve que dar apoio ao ex-presidente Lula.

A posse – Na tribuna de honra, Collor foi alojado ao lado do coordenador da Comissão, ministro Gilson Dipp. Sarney sentou-se ao lado de Lula. Segundo Fernando Collor, o colegiado terá uma “importância transcendental”: “Vai tornar mais clara a verdade dos fatos que levaram lamentavelmente tantas vidas no período autoritário”, declarou. “É uma importância transcendental porque o Brasil encontra consigo próprio no momento em que é dada a oportunidade de a verdade vir à tona”.

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A cerimônia reuniu ex-guerrilheiros – como José Genoino e o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu – e os três comandantes das Forças Armadas. Réus do mensalão, Genoino e Dirceu se acomodaram a poucos metros do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que será responsável pela acusação de ambos e de mais 36 acusados de participar do escândalo.

Logo na abertura do evento, o Palácio do Planalto anunciou aos parentes de desaparecidos, ativistas de direitos humanos e autoridades presentes na posse dos sete novos integrantes do colegiado que o grupo de investigação vai “completar a história do Brasil”. “Entre os principais objetivos da comissão está identificar e tornar públicos os locais, as instituições e as circunstâncias relacionadas a episódios até hoje não esclarecidos no país”, anunciou o locutor no início do evento. “Ela produzirá, a partir desses informes, a reconstrução da história, promovendo a efetivação do direito à memória e à verdade para que períodos de exceção nunca mais aconteçam no Brasil”.

Farão parte do colegiado, que tem a primeira reunião de trabalho agendada para esta tarde, o ex-procurador-geral da República, Claudio Fonteles, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Dipp, o ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias, a psicanalista Maria Rita Kehl, o advogado José Paulo Cavalcanti Filho, o diplomata Paulo Sergio Pinheiro e a advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, que chegou a defender Dilma durante os anos de ditadura. Após a cerimônia, Dilma homenageou os quatro ex-presidentes com um almoço no Palácio da Alvorada.

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