Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Justiça rejeita multa por greve no metrô de São Paulo

Ministério Público pediu multa de R$ 354 milhões por greve em junho

Por Da Redação
15 jul 2014, 13h16

O juiz Carlos Aleksander Romano Batistic Goldman, da 12ª Vara Cível do Fórum Central de São Paulo, rejeitou o pedido de multa de 354,4 milhões de reais apresentado pelo Ministério Público Estadual contra o Sindicato dos Metroviários de São Paulo por causa da greve da categoria em junho.

No entendimento do juiz, a Justica comum não tem competência para julgar o caso, que envolve questões do direito de greve. “Ocupando-se a demanda de pretensos agravos coletivos derivados diretamente do dito desrespeito aos limites do direito de greve”, escreveu o magistrado em sua decisão. “Reconheço a incompetência absoluta deste juízo e da Justiça Estadual Comum para presidir o feito e comando sua urgente remessa, via Cartório Distribuidor, a uma das Varas da Justiça do Trabalho de São Paulo.”

O caso é analisado pela Justiça do Trabalho desde a deflagração da greve, em 5 de junho. O próprio sindicato já havia sido multado em 900.000 reais pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região.

A greve dos metroviários durou cinco dias – de 5 a 9 de julho – e provocou caos no trânsito de São Paulo. No terceiro dia, o Ministério do Trabalho (TRT) julgou a paralisação abusiva e fixou multa de 500.000 reais por dia. Os sindicalistas também desobedeceram liminar do TRT que determinou a manutenção de 100% de funcionamento do metrô nos horários de pico e 85% nos demais horários, o que acarretou outra multa, no valor de 100.000 reais. A categoria exigia aumento de 12,2% após o sindicato patronal ter reajustado o salário em 8,7%, o mais alto do setor de transportes. A greve foi encerrada no dia 9 de julho depois da demissão de 42 funcionários do metrô acusados de participar de quebra-quebra em estações.

Continua após a publicidade

Multa – A tentativa do MPE de cobrar na Justiça o pagamento de 354,4 milhões de reais foi ajuizada em forma de ação civil pública na semana passada. Além do Sindicato dos Metroviários, a Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo também pediu 131,7 milhões de reais do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores Rodoviários Urbanos de São Paulo (Sindmotoristas) pela greve de parte da categoria em maio. Nesse caso, a decisão ainda não havia sido proferida pela Justiça.

Para a Promotoria, os dois sindicatos descumpriram leis trabalhistas ao não manter pelo menos uma parcela dos trabalhadores ativos durante as paralisações. Segundo o promotor Mauricio Ribeiro Lopes, responsável pelas ações, os valores das multas requeridos correspondem a 1/30 de salário mínimo para cada uma das pessoas que teriam sido impossibilitadas de utilizar transporte público durante as greves.

Nos cálculos do Metrô, que é controlado pelo governo do Estado, um total de 7.177.932 passageiros não puderam circular por suas quatro linhas – a Linha 4-Amarela, que é administrada pela iniciativa privada, não foi atingida pela greve. O MPE argumenta que a São Paulo Transporte (SPTrans) calculou que 2.729.900 pessoas ficaram sem os ônibus municipais enquanto a greve esteve ativa. Pela lógica da Promotoria, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores Rodoviários Urbanos de São Paulo (Sindmotoristas) terá que desembolsar 131,7 milhões de reais.

O Sindmotoristas aceitou pagar 100.000 reais pela paralisação, em um acordo que envolveu o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), entidade patronal que desembolsou o mesmo valor nas negociações na Justiça do Trabalho. O Sindicato dos Metroviários foi condenado a pagar 900.000 reais pelo TRT, mas recorre da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TST).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.