Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Justiça aceita denúncia contra doleiro por lavagem no mensalão

Foi expedido novo mandado de prisão contra o doleiro Alberto Youssef. Esquema escondeu dinheiro ilícito do ex-deputado José Janene (PP)

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
15 jul 2014, 17h08

A Justiça Federal do Paraná aceitou nesta terça-feira mais uma ação penal contra o doleiro Alberto Youssef, desta vez acusado de operações de lavagem de dinheiro que movimentaram pelo menos 1,16 milhão de reais distribuídos no mensalão. Operador de um megaesquema de lavagem descoberto pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, Youssef foi acusado pelo Ministério Público Federal de esconder a origem de parte do dinheiro obtido ilicitamente pelo ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010.

A denúncia contra o doleiro foi apresentada à Justiça Federal do Paraná na última quinta-feira. Na ação, Youssef é acusado de ocultar a origem de parte dos 4,1 milhões de reais recebidos por Janene no mensalão. O esquema utilizou a empresa Dunel, de Londrina (PR). Janene virou sócio da empresa com um investimento de 1,16 milhão de reais, como se fosse um investidor interessado no crescimento do negócio. Mas a investigação constatou que o objetivo era, na verdade, encontrar um caminho para desviar recursos para empresas de fachada comandadas por Youssef e dar aparência legítima ao dinheiro recebido no mensalão. Assinam a denúncia os procuradores Deltan Dallagnol, Januário Paludo, Carlos Fernando Santos Lima, Orlando Martello Júnior e Andrey Mendonça.

Além de Youssef, familiares de Janene também foram acusados e passam a responder à ação penal. A filha do ex-deputado, Danielle Janene, e o primo Meheidin Hussein Jenani, ajudavam na operação da empresa. O irmão de Janene, Assad Jannani, auxiliou na ocultação de ativos desviados da Dunel. O doleiro Carlos Habib Chater, um dos personagens da Operação Lava-Jato, também participou do esquema de lavagem de dinheiro do ex-deputado.

A investigação foi aberta em 2009, quando um sócio de Janene desconfiou do esquema. A partir deste inquérito, a Polícia Federal constatou que Youssef descumpriu acordo de delação premiada firmado com a Justiça e voltou a praticar crimes. Este foi o princípio da Operação Lava-Jato, que desvendou operações de lavagem que movimentaram cerca de 10 bilhões de reais. A polícia também constatou que o doleiro era o verdadeiro dono da corretora Bônus-Banval, uma das fontes dos recursos do mensalão.

Continua após a publicidade

Esta é a nona ação penal aberta na Justiça como desdobramento da Operação Lava-Jato. Como os outros, o caso tramita na 13ª Vara Federal do Paraná. Os acusados vão ser julgados pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, apropriação indébita, estelionato, falsidade ideológica e uso de documento falso.

Foi expedido novo mandado de prisão preventiva contra Alberto Youssef, Carlos Habib Chater e dois subordinados deles, também já detidos: Carlos Alberto Pereira da Costa e Ediel Viana da Silva.

Leia também:

Mensaleiro vendeu Porsche a doleiro e levou calote

Petrobras terá de mostrar documentos sobre Abreu e Lima

Empresário admite que Vargas indicou laboratório de doleiro para ministério

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.