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Irmão de PC diz que recebeu proposta “indecorosa” de delegados

Augusto Farias contou ao júri que na época do crime foi pressionado para apontar ex-seguranças como culpados

Por Da Redação
7 Maio 2013, 14h42

Terceira testemunha a falar no julgamento dos quatro ex-seguranças acusados pela morte do empresário e ex-tesoureiro Paulo César Farias e de sua namorada Suzana Marcolino, o ex-deputado e irmão da vítima Augusto Farias disse ao júri que foi pressionado por delegados que investigaram o crime para entregar os réus e assim se livrar da acusação de mandante da morte de PC. O ex-deputado afirmou que não cedeu e que por isso acabou sendo indiciado pelo assassinato, em 1999. Augusto acabaria se livrando da acusação em 2002, quando o processo contra ele foi arquivado.

“Eles fizeram uma proposta indecorosa, queriam me deixar de fora da acusação, contanto que eu concordasse com o indiciamento dos seguranças”, disse Augusto.

Os policiais militares José Geraldo da Silva, Adeildo dos Santos, Reinaldo de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos acabaram sendo levados a júri por participação nas mortes ou de omissão, já que eram os únicos presentes no local do crime.

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Ao testemunhar, Augusto reiterou que acredita na inocência dos réus. Ele afirmou que tinha um bom relacionamento com o irmão, e que PC pretendia acabar o namoro com Suzana Marcolino e depois engatar um relacionamento com a empresária Cláudia Dantas – que deve ser ouvida ainda nesta tarde.

À época, o ciúme de Suzana foi apontado como a razão do crime, que teria sido de natureza passional – a namorada matou PC e depois se suicidou. Posteriormente, entretanto, laudos apontaram a fragilidade dessa versão, e a polícia passou a tratar o caso como duplo homicídio, o que resultou no indiciamento de suspeitos. O casal foi encontrado morto a tiros em junho de 1996, na casa de praia do empresário, na praia de Guaxuma, Maceió.

Segundo o irmão, PC suspeitava estar sendo traído por Suzana e chegou a contratar detetives usando o seu nome, Augusto, para segui-la. Antes do ex-deputado, sua ex-namorada Milane Valente de Melo prestou depoimento. Ao júri relatou ter sido ameaçada dias depois da morte do casal. Milane afirmou ainda que o ex-deputado Augusto Farias paga os honorários do advogado de defesa dos quatro réus e pelo menos dois deles trabalham atualmente para o ex-parlamentar.

Primeiro dia – Na segunda-feira, primeiro dia do júri, duas testemunhas foram ouvidas: Leonino Tenório de Carvalho, caseiro de PC, e Genival da Silva França, que era garçom na casa.

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O caseiro contou que recebeu ordens de Flávio Almeida, que era chefe da segurança de PC, para queimar o colchão em que o empresário e Suzana foram encontrados mortos. Já o garçom Genival disse que presenciou brigas entre o casal antes do crime.

Histórico – PC Farias foi a cabeça do esquema corrupto instaurado no governo de Fernando Collor no início dos anos 90. Em troca de dinheiro, facilitava a vida de empresários interessados em tocar obras públicas, aproveitando-se da influência que exercia sobre o então presidente. PC nomeou, demitiu e influenciou as decisões do governo. Comandando um esquema de poder paralelo, traficou influência e desviou recursos públicos, como ficaria provado por uma série de documentos revelados por VEJA naquele tempo.

Em 1993, ao ter sua prisão preventiva decretada, PC fugiu do país para a Tailândia – e voltou algemado. No ano seguinte, foi condenado a sete anos de prisão por falsidade ideológica e sonegação fiscal, mas fugiu do país em seguida. Cumpriu um ano e meio de prisão, até obter a liberdade condicional por decisão do Supremo Tribunal Federal. Fora da cadeia, tentou retomar sua vida como empresário, até que foi encontrado morto.

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