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Em depoimento à Lava Jato, irmão de Celso Daniel confirma relato de corrupção em Santo André

Bruno José Daniel espera operação da PF ajude a elucidar o assassinato do seu irmão, em 2012

Por Da Redação 1 abr 2016, 17h43

No dia 26 de janeiro deste ano, a força-tarefa da Operação Lava Jato colheu o depoimento de Bruno José Daniel, irmão do prefeito de Santo André Celso Daniel, que foi sequestrado e assassinado em 2002. À procuradoria, Bruno Daniel voltou a dizer que o ex-secretário da Presidência Gilberto Carvalho e a presidente da Caixa Econômica Miriam Belchior, com quem Celso foi casado, teriam lhe contado da existência de um esquema de corrupção na prefeitura de Santo André. Segundo o relato, o dinheiro era destinado a campanhas eleitorais do PT, e o próprio Carvalho havia lhe contado que, numa oportunidade, levou 1,2 milhão de reais em dinheiro vivo ao ex-ministro José Dirceu. “Posteriormente, o depoente interpretou aquele ‘desabafo’ como uma forma de desencorajar o depoente (…) de explorar melhor os fatos que envolveram a morte de Celso Daniel, porque isto poderia macular a biografia de Celso Daniel”, diz transcrição do depoimento anexada aos autos do processo.

Em seu despacho, o juiz Sergio Moro citou o depoimento de Bruno ao apontar a possível relação do esquema apurado na nova fase da Operação da Lava Jato, a Carbono 14, com o crime de 2002. “É possível que este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então Prefeito de Santo André, Celso Daniel”, escreveu Moro.

O principal objetivo da nova fase é descobrir por que metade dos 12 milhões de reais tomados de empréstimos do Banco Schahin pelo pecuarista José Carlos Bumlai, a pedido do PT, foram parar no bolso do sócio majoritário do Diário do Grande ABC, Ronan Mario Pinto, preso hoje na operação. Um depoimento do operador do mensalão Marcos Valério, de 2012, intrigou os investigadores. Na tentativa de firmar um acordo de colaboração premiada, que não vingou, Valério relatou que o PT lhe pediu dinheiro para silenciar o empresário Ronan, que, segundo ele, estava ameaçando fazer revelações comprometedoras sobre Lula, Dirceu e Carvalho na morte do prefeito.

Em entrevista à Rádio Estadão, Bruno afirmou que tem esperanças de que a Lava Jato possa ajudar a elucidar a morte do seu irmão. “É necessário esclarecer por que razão a direção do PT teria remetido, através de esquemas ilícitos, cerca de 6 milhões de reais ao empresário Ronan Maria Pinto, dinheiro com o qual ele teria adquirido o jornal do Grande ABC mediante chantagem ao Lula, ao José Dirceu e ao Gilberto Carvalho”, disse ele.

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A 27ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje, conseguiu ligar o petrolão a dois dos maiores escândalos que mancharam a história do Partido dos Trabalhadores nos últimos anos: o mensalão e o assassinato do prefeito de Celso Daniel.

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