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Instituto Royal alega nunca ter maltratado animais

Laboratório afirma que oferece as “melhores condições de vida, com saúde, conforto e segurança” para seus cães

Por Da Redação
21 out 2013, 11h08

Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira, o Instituto Royal nega a prática de maus-tratos e alega oferecer as “melhores condições de vida, com saúde, conforto, segurança e recreação” para seus animais. Na madrugada da última sexta-feira, ativistas invadiram a sede da empresa na cidade de São Roque e retiraram 200 cachorros da raça beagle, 50 coelhos e alguns gatos mantidos como cobaias de experimentos científicos.

Segundo o laboratório, a invasão prejudicou pesquisas e um patrimônio genético que demorou dez anos para ser reunido. Para o instituto, com a invasão, a sociedade brasileira deixará de ter a sua disposição medicamentos inovadores para tratamento de doenças como câncer, a preços acessíveis.

Os ativistas alegam que tentaram dialogar com os diretores do instituto por um ano, após receberem denúncias de que os animais eram submetidos vivos a dissecação, entre outras crueldades registradas em boletim de ocorrência. A Polícia Civil investiga as acusações.

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Após a invasão, o Instituto Royal também registrou boletim de ocorrência em que acusa os manifestantes de furto qualificado e dano. As dependências do instituto foram destruídas durante a captura dos animais. A direção do instituto classificou a invasão como “ato de terrorismo” e informou que suas atividades são acompanhadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência informou por meio de nota que “as regras para o uso de animais em pesquisa não são definidas pela Anvisa e não são objeto de fiscalização”.

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Investigação – Há quase um ano, o Ministério Público de São Roque investigava o laboratório e ainda não havia encontrado nenhuma irregularidade nos testes realizados em cães no Instituto. Para o promotor que conduz a investigação, Wilson Velasco Júnior, a invasão prejudica a apuração dos fatos.

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“Uma das linhas de investigação era a análise da condição física dos animais, mas como eles não estão mais lá [no Instituto Royal], a eventual perícia foi prejudicada”, afirmou Velasco, reiterando que a apuração continuará, mesmo com a ausência das provas materiais.

A Câmara dos Deputados prepara a criação de uma comissão para investigar denúncias de maus-tratos a animais. Segundo a assessoria de imprensa da presidência da Casa, o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) deve apresentar nos próximos dias o requerimento que formaliza o pedido. Cabe ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-AL), viabilizar sua implementação.

Protesto – No último sábado, um protesto violento em defesa dos animais interditou a rodovia Raposo Tavares, que liga a cidade de São Roque à capital, na altura do quilômetro 55. A ação de black blocs resultou em cenas de vandalismo e depredação de uma viatura da polícia e de dois veículos da TV Tem, afiliada da TV Globo. A polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha e quatro pessoas foram detidas.

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Beagle – O Beagle é considerado uma raça padrão para pesquisas científicas. O repertório de estudos com eles é grande. “Cientistas preferem trabalhar com raças cuja resposta já é conhecida”, afirma Francisco Javier Hernandez Blazquez, vice-diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

Outro motivo para a ampla utilização do beagle é o fato da raça ter uma genética estável, com pequena variação entre indivíduos. Essa característica permite que o pesquisador tenha mais certeza de que o resultado obtido na pesquisa decorreu da droga testada, e não de alguma alteração daquele animal específico em relação à sua raça.

https://www.youtube.com/embed/AMr_m5JmkEg
Agressão no pet shop

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Em outubro de 2012, um vídeo mostrou cães sendo maltratados no pet shop Quatro Patas, no bairro de Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio de Janeiro. Nas imagens, gravadas por uma testemunha dos maus tratos, o filho da dona do estabelecimento, Daniel Barroso, de 20 anos, é flagrado agredindo cães durante o banho. O rapaz dá tapas e socos nos animais – a maioria de pequeno porte e de raças dóceis. Um labrador preto, dominado pela coleira e sem reagir, é empurrado contra a parede e recebe golpes na cabeça com uma garrafa de plástico. Outro cão parece se afogar enquanto uma grande quantidade de água é jogada em seu focinho. A mãe do rapaz, Solange Barroso, na época disse que não sabia do fato, mas apareceu em um dos vídeo das agressões.

Rogério Povilaitis Dominguez jogou 2 animais do 6° andar de prédio em Copacabana, no Rio de Janeiro
Rogério Povilaitis Dominguez jogou 2 animais do 6° andar de prédio em Copacabana, no Rio de Janeiro (VEJA)

https://videos.abril.com.br/veja/id/5eb778bbe4b6fa85e714d8f251b6aba4
Poodle apanha de mãe e filho

Uma mulher foi filmada ensinando seu filho pequeno a agredir um cão da raça poodle toy em um condomínio na Zona Norte de Porto Alegre (RS). O registro foi feito por um vizinho no dia 13 de maio de 2013. As imagens mostram a mulher no andar térreo lançando o cão contra a parede e estimulando o filho a dar pontapés no animal. Ela também aparece no vídeo segurando um bebê de colo enquanto bate no filhote. O animal foi resgatado e adotado pelo subsíndico do condomínio. A agressora acabou indiciada por três crimes: maus-tratos contra animais, maus-tratos contra crianças e constrangimento de menores.

 

https://www.youtube.com/embed/Z-AkerkZEH4
Yorkshire morre após agressão

A enfermeira Camila Corrêa Alves de Moura Araújo dos Santos, de 22 anos, foi flagrada por um vizinho espancando uma cadela da raça yorkshire em dezembro de 2012, em sua casa em Goiás. O cachorro morreu. Na gravação, Camila aparece arremessando o animal e batendo diversas vezes nele com um balde diante da filha de 1 ano e meio. O vídeo causou uma onda de protestos nas redes sociais e teve quase 1,5 milhão de acessos. Em seu depoimento, a enfermeira afirmou que não estava nervosa quando praticou a agressão. Ela disse à polícia que bateu na cadela porque chegou em casa e encontrou sujeira de fezes e urina do animal. 

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