Informante afirma à polícia que agentes do Bope participaram de festa do chefe do tráfico da Rocinha
Investigação da Polícia Federal tem relato sobre homens da tropa de elite da PM fotografados em comemoração ao lado do bandido Nem
Ao monitorar policiais civis e militares acusados de envolvimento com traficantes da Rocinha, a Operação Guilhotina acabou esbarrando também em suspeitas de ligação do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Em um dos depoimentos de informantes colhidos pela Polícia Federal, consta a informação de que dois policiais da tropa de elite da PM fluminense teriam participado de uma festa de aniversário do bandido.
A Operação Guilhotina, deflagrada no útlimo dia 11, já prendeu mais de 30 policiais, causou a demissão e o indiciamento do então chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, e pôs sob suspeita uma série de pessoas que integraram a cúpula da segurança no estado.
De acordo com o informante, a cena entre o criminoso e os policiais ficou registrada em uma fotografia. Uma prostituta que estava na festa tirou a foto, que depois caiu nas mãos do inspetor da Polícia Civil Leonardo da Silva Torres, conhecido como Torres Trovão, preso pela Operação Guilhotina. Torres teria reconhecido os dois policias, que apareciam perto de um homem conhecido como ‘Fofão’ – segundo o depoente, este seria o ‘matuto’, como é chamado o responsável pela aquisição de droga.
Policiais da Tropa de Elite da PM também foram acusados pelo informante de apreender 30 quilos de maconha na Rocinha e revender ao próprio ‘Nem’- chefe do tráfico na favela – por 11 mil reais.
O policial do Bope citado pela testemunha é o mesmo que, em uma operação do batalhão na Rocinha, apreendeu e revendeu uma pistola para Nem. A arma, segundo o informante, seria a mesma que, em outra operação, foi recolhida na favela da Coroa e vendida aos bandidos. Para reaver a pistola, Nem pagou, segundo consta no relatório, 10 mil reais.