Homem assedia amante para ter relações sexuais com as filhas dela

Em depoimento, o policial militar Ricardo Alves disse que inventou a situação para que a mulher ficasse com raiva e terminasse o namoro

Por Nicole Fusco
1 out 2015, 18h31

Policial pede para ter relação sexual com filhas da amante como 'prova de amor' (Reprodução/Twitter)

Na última terça-feira, mensagens de celular trocadas entre um homem e sua amante começaram a circular nas redes sociais e foram parar na Delegacia Especializada da Mulher na cidade de Sousa, no sertão da Paraíba. Nos diálogos, o policial militar Ricardo Alves, de 30 anos, tentou convencer Simone Mendes a realizar “a maior prova de amor do mundo”. Em seguida, ele explicava a fantasia monstruosa: queria que ela dopasse as duas filhas dela, de 14 e 6 anos, para que pudesse ter relações sexuais com as menores. O crime não foi concretizado porque a menina mais velha flagrou a conversa no celular da mãe, copiou as imagens e pediu ajuda.

O policial militar admitiu o envio das mensagens repugnantes. Mas, depois de detido, prestou um depoimento pouco crível à delegada Yvna Cordeiro, responsável pela Delegacia da Mulher em Sousa, e para a Corregedoria da PM. De acordo com Yvna, ele se defendeu dizendo que inventou a história porque não tinha coragem de terminar o relacionamento, que já durava três meses. “Ele afirmou que, como ela gostava muito dele e ele não tinha coragem de terminar o namoro, criou essa história para ver se a mulher ficava com raiva e terminava tudo”, disse a delegada.

Mensagens – “Hoje à noite você terá a chance de me dar a maior prova de amor do mundo, que é sua própria filha”, escreveu Alves na conversa com a amante ocorrida no domingo. “Se você deixasse, dava para fazer tudo e ela nem acordaria. Ninguém nunca saberia, só eu e você. Realiza esse sonho meu, eu ia acabar de vez com essa obsessão”.

Em outra mensagem, Simone responde: “Ela é virgem, ela que tem que escolher com quem vai perder a virgindade, não eu”. Ela continua: “Eu te amo demais, já estou ficando louca. Faço tudo que você quiser, menos a virgindade da minha filha”.

A delegada que tomou o depoimento do PM disse que, embora a troca de mensagens provoque repugnância, não pode prendê-lo com base “em atos preparatórios, já que ele nem ao menos tentou [estuprar as meninas]”. “Ainda estamos no início da investigação, é preciso apurar mais para chegar a uma conclusão plausível”, afirmou.

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Simone também foi convocada para prestar depoimento, mas, segundo a delegada, ela já não está mais na cidade. “Eu acredito que o conselho tutelar vai defender que ela perca a tutela das crianças. Diante das mensagens, vejo que ela não tem qualificação nenhuma para ficar com elas porque ela não foi conivente [com o pedido de Ricardo Alves], mas também não negou nada”, disse a delegada.

Nesta quarta-feira, as duas meninas fizeram exames de corpo de delito e a mais nova foi ouvida por uma psicóloga do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Elas estão na casa de uma tia paterna.