Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Haddad deve R$ 90 milhões a empresas de ônibus

Segundo a prefeitura, atraso é consequência da procura acima do previsto por programas de benefício, como o passe livre estudantil

Por Da Redação
20 out 2015, 11h02

Por falta de verbas, a prefeitura atrasou o pagamento das empresas de ônibus que operam em São Paulo. O Orçamento deste ano para manter a frota, por meio de subsídios, estourou – faltando ainda dois meses para o fim do ano -, e a dívida até esta segunda-feira chegava a 90 milhões de reais, segundo empresários do setor. A gestão Fernando Haddad (PT) publicou um decreto nesta terça-feira em que aumenta o subsídio em quase 144 milhões de reais, para fechar as contas até dezembro.

A prefeitura reconhece o estouro nas contas e o descontrole, mas diz que o aumento nos subsídios virá de remanejamento de verba de outras áreas – que terão cortes. Ainda segundo a administração municipal, o descontrole é decorrente de procura acima do previsto por programas de benefícios criados pela gestão Haddad, como o passe livre estudantil – que já tem 500.000 alunos beneficiados, sem pagar passagem.

Leia também:

Haddad vai tirar 1.800 ônibus de circulação em São Paulo

Mais 6 vias de São Paulo terão velocidade reduzida nesta semana

Continua após a publicidade

O subsídio previsto neste ano era de 1,4 bilhão de reais. A previsão da prefeitura era de que a verba fosse suficiente para o ano. Empresários do setor afirmam, no entanto, que serão necessários mais 400 milhões de reais para fechar as contas – o que exigiria mais verbas suplementares. A prefeitura não confirma a expectativa, mas o Orçamento enviado pela gestão Haddad à Câmara para o ano que vem já prevê gasto de até 1,9 bilhão de reais com esse serviço.

Segundo as empresas de ônibus, o primeiro atraso, parcial, aconteceu no dia 12 de outubro, quando apenas 12% da verba devida foi repassada. Pelo modelo de remuneração da São Paulo Transporte (SPTrans), o pagamento às empresas é feito cinco dias depois da operação, de acordo com o número de passageiros transportados em cada uma das cerca de 1.500 linhas da cidade. Assim, o pagamento do dia 12 se referia à operação do dia 7. Do dia 12 em diante, o repasse foi zero.

Empresários do setor reclamam que todo dia 20 é feito o pagamento dos empregados. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss), parte do setor teve de buscar linhas de crédito no sistema bancário para honrar os compromissos. Assim, a operação na cidade não deve ser comprometida. Os empréstimos foram feitos para quitar a folha e pagar impostos que também vencem nesta semana.

Com a publicação do decreto criando dotações suplementares para o subsídio, a prefeitura espera colocar as contas em dia até o fim da semana. Da dívida de 90 milhões de reais, cerca de 60 milhões de reais são com as concessionárias, empresas de ônibus convencionais, e 30 milhões de reais com as empresas formadas com base nas antigas cooperativas de perueiros que trabalham nos bairros.

Continua após a publicidade

Licitação – O atraso acontece no momento em que a prefeitura lança a maior licitação da história, de 140 bilhões de reais, para operar o sistema de ônibus pelos próximos vinte anos. A administração defende a concorrência como uma ação que reduzirá o lucro das empresas, que atualmente têm taxa de retorno do investimento de cerca de 15% – o número deve cair para 10%. As empresas terão de investir em um centro de controle operacional (CCO), na manutenção dos terminais e nas chamadas tecnologias embarcadas, como Wi-Fi para os passageiros, ar-condicionado e GPS no validador.

Em vez de receber por passageiro transportado, as empresas vão receber pagamento de acordo com uma fórmula em que o número de passageiros responde por 50% do valor, 25% virão do cumprimento de viagens, 10%, da disponibilidade da frota, e mais 15% por custos fixos com operação e manutenção dos veículos.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.