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Greve de agentes penitenciários deixa delegacias superlotadas

À espera de transferência para os centros de detenção, presos se aglomeram. Transferências são barradas desde o início da grave, que completa nove dias

Por Da Redação
18 mar 2014, 09h05

Distritos policiais da capital estão com carceragens superlotadas por causa da greve dos agentes penitenciários do Estado de São Paulo. A estimativa é de que pelo menos oitocentos presos deixaram de ser transferidos para Centros de Detenção Provisória (CDP) por causa da greve. Apenas no Distrito Policial do Bom Retiro, na Zona Norte da capital paulista, 140 presos esperam transferência para um CDP. A capacidade da carceragem do Bom Retiro é para apenas 25 detidos. Desde que as carceragens foram desativadas, os presos deveriam ficar nas delegacias por, no máximo, 24 horas. Com a greve, as transferências não acontecem desde a segunda-feira da semana passada.

O quadro se repete por diferentes regiões da cidade como é o caso do 72.º DP (Vila Penteado) onde pelo menos cem presos estão alojados acima da capacidade da carceragem. O mesmo se nota no 31.º DP (Vila Carrão) e no 49.º DP (São Mateus), na Zona Leste. Esses distritos integram as chamadas Delegacias de Trânsito – são oito na cidade de São Paulo, onde presos ficam abrigados até o encaminhamento aos CDPs.

A região metropolitana do Estado também é afetada pela paralisação. Em Sorocaba, mais de 30 detentos enviados na noite de segunda-feira ao CDP do bairro Aparecidinha tiveram a entrada barrada por agentes penitenciários grevistas e tiveram que voltar para a cadeia pública em que estavam em São Roque. Com quatro celas e funcionando em caráter provisório, o local abrigava sessenta detentos. Os grevistas bloquearam a entrada da unidade e impediram a passagem dos veículos com os presos. O diretor do CDP, Márcio Coutinho, pediu apoio à Polícia Militar. O risco de fuga dos presos levou a PM a deslocar a Tropa de Choque para o local.

Risco de fuga – Com as carceragens superlotadas e o número de presos muito acima do permitido, os departamentos de polícia tiveram de trabalhar em esquema de plantão para tentar minimizar os riscos de fuga. Policiais temem que haja resgate de presos. Um traficante que estava em uma delegacia da Zona Sul foi transferido emergencialmente, pois a inteligência da instituição descobriu que ele poderia ser libertado por outros criminosos. A distribuição de marmitas também teve que ser agendada e intensificada.

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Coutinho argumentou com os grevistas que uma liminar dada pela Justiça proibia atos como o bloqueio à entrada dos presos, mas os agentes alegaram não terem sido notificados sobre a decisão. O impasse durou cerca de seis horas. Nesse período, alguns presos passaram mal por causa do calor e foram retirados do veículo. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) optou por enviar os detentos de volta a São Roque. Outro CDP da região, em Capela do Alto, também sofreu bloqueio de agentes e 14 presos não puderam ser recebidos.

A greve entra no nono dia e afeta 90% dos presídios do Estado, segundo o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de São Paulo (Sindasp). Para esta a manhã desta terça-feira está prevista uma manifestação em frente ao Palácio dos Bandeirantes em uma tentativa de pressionar para que as reivindicações sejam atendidas. O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional (Sifuspesp), afirma que pelo menos 117 unidades prisionais estão paradas, o que representa 73% das cadeias do Estado.

(Com Estadão Conteúdo)

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