Governo federal encerra negociações com grevistas
Ministério do Planejamento deu prazo até a terça-feira para sindicatos assinem os acordos para reajuste de 15,8%. Quem não aceitar ficará sem aumento
O governo encerrou neste domingo as rodadas de negociações com os servidores públicos federais em greve. De acordo com a Agência Brasil, o Ministério do Planejamento deu prazo até a terça-feira para que os representantes das categorias assinem os acordos concordando com o reajuste de 15,8% proposto pelo governo. O aumento será escalonado ao longo de três anos. As categorias que não concordarem com as condições ficarão sem aumento. Apesar de os trabalhadores saírem das negociações insatisfeitos com o percentual oferecido pelo governo, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse estar confiante de que a maioria das categorias vai assinar o acordo. “Tivemos a sinalização de diversas categorias que vão topar”, disse Mendonça. Desde março, quando foi iniciado o processo de negociação salarial, foram mais de 200 reuniões para discutir o reajuste dos servidores com mais de trinta entidades sindicais. Nesse final de semana foram realizadas doze reuniões com representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), dos controladores de voo, da Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra), trabalhadores da área de ciência e tecnologia e do Itamaraty. Na próxima sexta-feira, termina o prazo para o envio do Orçamento ao Congresso Nacional, com a previsão de gastos com a folha de pagamento dos servidores para 2013. O Ministério do Planejamento estima que a greve envolva cerca de 80 mil servidores públicos federais. Em contrapartida, os sindicatos calculam que cerca de 350 mil funcionários aderiram ao movimento. Educação – Até o momento, só as negociações com trabalhadores da área da educação, segmento considerado estratégico e prioritário pelo governo, foram resolvidas. A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes), que representa a minoria dos docentes federais, e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), representante dos técnicos administrativos universitários, aceitaram a proposta do governo. Para os professores universitários, a proposta acordada foi reajustes que variam entre 25% e 40%, nos próximos três anos, e redução do número de níveis de carreira de dezessete para treze. A oferta terá custo de 4,2 bilhões de reais para o governo. No caso dos servidores administrativos das universidades, o impacto do reajuste será de 2,9 bilhões de reais. O acordo prevê além do reajuste, incentivos à titulação.