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Goleiro Bruno é interrogado em Minas Gerais e nega que Eliza Samudio tenha sido sequestrada

Juíza abriu audiência afirmando que "silêncio não seria entendido como sentença de culpa". Jogador tenta desmentir pontos do inquérito policial

Por Andréa Silva, de Contagem (MG)
11 nov 2010, 10h52

“Não vejo o senhor como um monstro. O senhor tem duas filhas e também não quero que elas pensem assim de você. Você salvou a vida do Bruninho?”, perguntou a juíza

Pela primeira vez desde que foi acusado de seqüestrar e matar sua ex-amante, Eliza Samudio, o goleiro Bruno Fernandes, afastado do Flamengo, responde a um interrogatório. O jogador esta, desde as 10h desta quinta-feira, sendo ouvido pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues, no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, onde ocorre o julgamento. A previsão é de que, ainda hoje, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, seja interrogado.

O goleiro, que já oscilou da altivez à depressão e chegou a desmaiar na prisão, demonstra nervosismo no banco dos réus. “Seu advogado, Ércio Quaresma, declarou que você não ficaria preso nem um dia. Depois ele disse que você não ficaria preso nem cem dias. Mas hoje já somam 120 dias de prisão. Você está preso, sua ex-mulher, sua ex-namorada, seus amigos de infância de Ribeirão das Neves estão presos. Você está disposto a declarar a verdade?”, perguntou Marixa, abrindo o interrogatório.

“Somente a verdade”, respondeu o réu. Bruno foi orientado por Quaresma a responder somente ao que for perguntado pela juíza – e ignorar o promotor do caso, Gustavo Fantini, a assistência da acusação e os advogados de outros réus.

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A juíza também fez, no início da audiência, um alerta sobre o direito de silêncio dos réus. Depois de explicar que ficou em silêncio na fase do inquérito porque os policiais queriam que ele “entrasse na onda” do menor J., que deu a versão do assassinato que consta no processo, Brunou ouviu a seguinte garantia de Marixa: “Você não é obrigado a me responder também. Seu silêncio não será interpretado como sentença de culpa”, afirmou a magistrada. “Não vejo o senhor como um monstro. O senhor tem duas filhas e também não quero que elas pensem assim de você. Você salvou a vida do Bruninho?”, perguntou Marixa.

A partir deste ponto, Bruno começou, então, a desenvolver sua versão da história, desmentindo a tese de seqüestro, assassinato e os detalhes macabros apresentados na conclusão do inquérito e da denúncia. “Em momento algum a vida do Bruninho e da Eliza estavam em perigo”, afirmou o goleiro. “Os dois estavam sob meus cuidados”, disse.

O goleiro negou que Eliza tenha levado uma coronhada dentro da Range Rover – onde foram encontradas marcas de sangue. Segundo ele, Eliza teve um sangramento no nariz ao brigar com o menor J. – atualmente cumprindo medida socioeducativa em Minas Gerais e considerado culpado pelo crime. Segundo contou, a briga entre eles começou porque Eliza falou mal dele para o adolescente.

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Na versão do jovem, no entanto, a agressão teria sido causada por ele próprio, com uma pistola que teria sido entregue por Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão.

O motivo da viagem de Eliza para Minas Gerais com o grupo, segundo Bruno, foi uma exigência de dinheiro feita pela jovem. Segundo Bruno, Eliza, depois de ficar hospedada em um hotel no Rio, teria procurado Macarrão e exigido 50 mil reais para não fazer escândalos e procurar a imprensa. Ele, então, teria oferecido 30 mil reais. Eliza exigiu o valor em espécie e quis ir até Minas Gerais para receber o dinheiro.

As versões apresentadas por Bruno, apesar de bem sustentadas com base em horários e datas, podem não se sustentar. A polícia reuniu, desde o início do inquérito, informações como relatos de amigos da jovem sobre as promessas do jogador, uma tentativa de atraí-la para Minas Gerais.

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