Força Nacional pode atuar em conflitos agrários no Norte
Governo coloca tropas à disposição dos estados da região após quatro mortes de agricultores nos últimos dias. Câmara deve acompanhar o caso
O governo federal autorizou o uso da Força Nacional para intervir no conflito agrário na região Norte do país depois do assassinato de quatro agricultores nos últimos dias. A decisão faz parte de uma série de medidas tomadas nesta segunda-feira em um encontro do presidente em exercício, Michel Temer, com integrantes da equipe de ministros.
O Planalto também criou um grupo interministerial para monitorar os casos de violência rural na região e promete agilizar o processo de regularizção agrária na Amazônia. O Ministério da Justiça ofereceu ainda proteção a lideranças que combatem o desmatamento na área e que estariam marcadas para morrer. Até quarta-feira, os governadores do Amazonas, de Rondônia e do Pará devem se encontrar com representantes do Planalto, na capital federal, para discutir o tema.
Além de Temer, participaram da reunião o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, o presidente da Funai, Márcio Meira, o secretário-executivo- do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e representantes da Polícia Federal e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.
Mortes – Na terça-feira, os líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva foram assassinados em um assentamento de Nova Ipixuna, no Pará. Os dois combatiam a ação ilegal de madeireiros na região. Três dias depois, o agricultor e militante Adelino Ramos foi morto em Vista Alegre do Abunã, Rondônia. E, no dia seguinte, Eremilton Pereira dos Santos, que testemunhou a morte de José Cláudio e Maria, também foi assassinado.
Câmara – A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados decide, nesta quarta-feira, se cria um grupo de trabalho para acompanhar a situação do conflito agrário no país. A proposta é do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).