“Foi o maior acidente que já vi”, diz policial
Segundo Polícia Rodoviária Estadual, colisão na rodovia Imigrantes envolveu cerca de 300 veículos; ao todo, 29 pessoas ficaram feridas e uma morreu
O acidente desta quinta-feira no quilômetro 41 da Rodovia dos Imigrantes, em São Bernardo do Campo, no ABC, já é um dos maiores da história da via que liga a capital ao litoral de São Paulo, segundo a concessionária Ecovias. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o engavetamento, que ocorreu às 12h50, provocou uma morte e 29 vítimas. O major da Polícia Rodoviária Estadual Nilton Michelazzo, que coordena as operações no local, afirmou que cerca de 300 veículos se envolveram na colisão. “Em 28 anos e meio de estradas, foi o maior acidente que já vi”, disse o major. A Ecovias nega a informação inicial de que uma carreta desgovernada teria sido a causa do acidente, uma vez que esse tipo de veículo não pode trafegar nesse sentido, no trecho em que ocorreu a colisão. “Não diria que havia excesso de velocidade, graças a isso não morreu mais gente”, disse Michelazzo.
Ao todo, 200 homens atuam na operação de resgate, que envole Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Militar, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, entre outros órgãos. A PM reforça a segurança para evitar saques, já que os veículos envolvidos no acidente estão abertos. Por causa do risco de incêndios, vinte carros do Corpo de Bombeiros foram deslocados para o local. Por causa da intensa neblina e da visibilidade prejudicada quando anoiteceu, faróis de viaturas de órgãos públicos chegaram a ser usados usados para iluminar o local.
Carga perigosa – Não há previsão para finalizar a retirada dos veículos, que estão sendo levados para um pátio da Ecovias. Até 21 horas, a pista sentido litoral permanecia interditada. Segundo a concessionária, não há prazo para a liberação da via. A previsão é que os trabalhos de limpeza e remoção de veículos continuem na madrugada. Durante todo o dia, os motoristas tiveram que trafegar pela rodovia Anchieta, que ficou congestionada em vários trechos. Até o início da noite, todos os feridos já tinham sido levados para quatro hospitais da região, mas o corpo do motorista de um caminhão, que morreu no local, ainda não havia sido retirado. Ele ficou preso às ferragens. Como transportava carga considerada perigosa, os bombeiros não podem utilizar serras para cortar a lataria do veículo para não provocar fagulhas.
O motorista de caminhão Milton Barbosa, de 44 anos, estava indo da Baixada para Campinas no momento do acidente. “Ouvi barulhos na minha frente e diminui velocidade, outa carreta veio e me acertou a traseira. Depois disso, comecei a ouvir as batidas”, conta. Depois da batida, a carroceria de seu caminhão, que estava vazia, começou a pegar fogo, mas os bombeiros conseguiram controla-lo. Segundo o caminhoneiro, poucos motoristas que se envolveram no acidente estavam com o farol de neblina ligado, o que prejudicou a indicação de presença dos carros.
O som das explosões de pneus de veículos acidentados assustou quem estava no local. Foi o caso do motorista Gilberto Batista, que trafegava de Cubatão para São Paulo. “Me acertaram na traseira, o carro foi para frente e acertei outro veículo. Consegui manobrar para o acostamento, foi quando comecei a ouvir as explosões. Corri para longe como todo mundo”, conta.
O bombeiro industrial Marcelo Oliveira, de 42 anos, estava indo para São Paulo quando teve o carro atingindo por um veículo e conseguiu evitar bater em outro carro à frente. Depois de se recuperar do susto, ajudou no resgate às vítimas: “Fiz um milagre, fui desviando até parar”.