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Fleury vai testemunhar no júri do massacre do Carandiru

Ex-governador falará pela primeira vez sobre o caso diante da Justiça; em outubro, ele declarou em entrevista que "quem não reagiu está vivo"

Por Da Redação
15 abr 2013, 08h40

O ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho foi intimado e vai depor como testemunha de defesa no julgamento do massacre do Carandiru. O crime ocorreu em outubro de 1992, quando 111 presos da casa de detenção foram mortos no pavilhão nove depois do ingresso da Polícia Militar no presídio. “Fui intimado e darei meu testemunho”, disse o ex-governador.

Será a primeira vez que ele depõe sobre o caso em juízo. “Já depus no Inquérito Policial Militar”, afirmou Fleury. Ele ainda não sabe o dia da semana em que vai depor. “Vai depender de como transcorrer os trabalhos.” O ex-governador não quis falar à reportagem sobre o massacre, mas, em outubro, Fleury disse que “quem não reagiu está vivo” e tem “informações de como as coisas se passaram lá dentro”.

Os julgamentos do massacre do Carandiru foram desmembrados e a estimativa é de que sejam separados por intervalos de quatro meses. No primeiro júri, que começa nesta segunda-feira, são 26 acusados de matar quinze presos. O próximo julgamento, que deve acontecer somente no segundo semestre deste ano, há um comandante e 29 PMs acusados de matar 78 pessoas no segundo pavimento do pavilhão onde houve a rebelião.

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Leia também: Um terço dos presídios de SP tem superlotação igual ao Carandiru

Em ambos os casos, os acusados eram da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Nos 3º e 4º pavimentos atuaram os demais réus, acusados de mais dezoito mortes e cinco lesões corporais. Os policiais eram do Comando de Operações Especiais (COE) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).

O primeiro júri estava programado para a semana passada, porém uma jurada passou mal e júri foi transferido para esta segunda-feira. Novos jurados serão selecionados, e a estimativa é que os trabalhos demorem dez dias.

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Falhas – A estratégia da advogada de defesa Ieda Ribeiro de Souza é mostrar algumas falhas no processo, que acabou não sendo capaz de individualizar a culpa pelas mortes no dia da chacina. Como não foi feito exame de balísticas nas armas usadas pelos policiais durante a invasão, não se sabe quem disparou e quem foi responsável pelas mortes. “Creio que o júri não seria capaz de condenar alguém por quinze mortes se ele não sabe nem sequer se a pessoa fez algum disparo.”

A advogada ainda vai afirmar que os policiais agiram em legítima defesa e lembrar que o principal responsável pela invasão, o coronel Ubiratan Guimarães, morto em 2006, foi absolvido naquele mesmo ano pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Na acusação, os promotores Fernando da Silva e Márcio Friggi dizem que os 26 PMs efetuaram disparos e por isso será pedida a condenação de todos.

Segundo os promotores, a prova da balística não poderia ser feita no primeiro momento por falta de equipamentos do Instituto de Criminalística. “A questão crucial, o ponto mais complexo, não é a questão de provas. É uma questão ideológica”, diz Friggi. Os promotores temem que a crença na ideia de que “bandido bom é bandido morto” possa levar os jurados a enxergar o julgamento de forma parcial.

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(Com Estadão Conteúdo)

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