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Executiva Nacional do PT anula prévias no Recife

Novo processo de escolha do candidato petista à prefeitura da capital ocorrerá em 3 de junho - a não ser que PT chegue a nome de consenso

Por Thais Arbex
24 Maio 2012, 19h43

Por 10 a 3, a Executiva Nacional do PT anulou, nesta quinta-feira, as prévias realizadas no último domingo, no Recife, entre o prefeito João da Costa e o secretário estadual de governo, Maurício Rands, para escolher o candidato do partido à prefeitura. O comando da legenda também aprovou proposta de realizar novas prévias no dia 3 de junho. A expectativa é que cerca de 20 000 filiados votem. Serão selecionados quatro integrantes da Executiva para comandar o processo.

A discussão tem como pano de fundo o arco de alianças de sustentação à candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, especialmente o PSB de Eduardo Campos. A ala majoritária do PT, ligada ao ex-presidente Lula, trabalha para que Rands – o preferido do governador de Pernambuco e presidente do PSB e de Lula – seja o candidato. Apesar de ter marcado nova data para as prévias, integrantes do partido também tentam chegar a um nome de consenso – o que anularia o processo. O deputado Humberto Costa (PT-PE) tem sido cogitado para o posto.

“Dependendo do tipo de discussão durante o período, pode até não ter prévia. O apelo da direção nacional foi de manter a unidade e construir a unidade a ponto de eventualmente não ter prévia em cima do acordo construído”, disse o deputado federal Pedro Eugênio, presidente do diretório estadual do PT. “Há possibilidade de um candidato apoiar o outro ou de haver um terceiro nome”.

Rands perdeu a prévia para o atual prefeito João da Costa, que obteve 51,9% dos votos, mas o resultado ficou sub judice. A eleição foi marcada por um clima acirrado e por uma batalha jurídica sobre quem tinha direito a voto: enquanto a Executiva Nacional reconheceu uma lista com 20 000 filiados, o grupo que apoia João da Costa defendeu uma relação de nomes ampliada, com 33 000 pessoas. A controvérsia se deve aos prazos para a regularização das contribuições partidárias.

Segundo nota divulgada pelo PT no fim da reunião, o cancelamento ocorreu porque “no transcorrer da votação registraram-se algumas falhas que, no entanto, não configuraram fraude”. A Executiva disse ainda, que a “judicialização” do processo foi, também, um motivo para anular o processo de escolha. O texto informa também que as prévias foram marcadas por “nítida indefinição” a respeito do colégio eleitoral e que as regras estabelecidas pela direção nacional do PT para a realização de prévias não foram observadas.

Após o encontro, o prefeito do Recife, João da Costa, que saiu vitorioso no domingo, estava resignado. “Nós queríamos que as prévias fossem homologadas, mas, como sou militante do partido, sempre procuro estar de acordo com as decisões partidárias, mesmo quando elas não são aquilo que eu defendo e acredito”, disse. “Me sinto vitorioso porque a maioria dos filiados votou em mim e me deu a vitória sem nenhum processo indevido”

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“Foi feito um apelo para que procurássemos descansar os espíritos. Ninguém pode deixar de reconhecer que há um momento de tensão, mas todos reconhecemos que é preciso ter equilíbrio político para realizar essa nova prévia num ambiente democrático”, disse o adversário dele, Maurício Rands.

Os petistas decidiram, no encontro, que vão apoiar os candidatos do PSB em Mossoró (RN), Larissa Rosado, e em Duque de Caxias (RJ), o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardozo. Essas eram duas das cidades que o partido reivindica como cabeça de chapa em troca do apoio a Haddad.

No entanto, ainda não está definido o apoio do PSB à candidatura de Haddad. O governador Eduardo Campos já deixou claro que somente após a escolha dos candidatos à prefeitura do Recife e de Fortaleza o PSB bateria o martelo em relação à corrida eleitoral na capital paulista. E, além de Mossoró e Caxias, o partido exige ser cabeça de chapa em Macapá e Boa Vista.

Apoio – A reunião foi convocada para desatar os nós que seguram o apoio do PSB ao candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, as lideranças petistas das cidades em que os socialistas exigem o apoio do PT para selar o acordo em São Paulo.

Além da direção municipal do Recife, onde o PT pretende intervir para atender ao governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, também participarão do encontro os presidentes dos diretórios municipais de Mossoró (RN), Rômulo Arnoud, e Duque de Caxias (RJ), Manuel Ramos – cidades nas quais os socialistas exigem a retirada das candidaturas petistas.

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Leia também: PT quer resolver impasse em PE para fechar aliança em SP

Há alguns dias, o PT baixou uma resolução para resolver o impasse que segura as negociações com o PSB e também com o PCdoB e com o PR e impulsionar a candidatura de Haddad em São Paulo. Além do Recife, os socialistas exigem a cabeça de chapa nas capitais Macapá e Boa Vista.

Apesar de Fortaleza também estar na mesa de discussões com o PSB, a prefeita e presidente estadual do PT do Ceará, Luizianne Lins, e o presidente municipal não participarão da reunião na capital paulista. No início do mês, a executiva municipal do PT na capital cearense decidiu adiar para junho a escolha do candidato do partido a prefeito, entre os cinco nomes que disputam a indicação.

Na terça-feira, Lula recebeu, em São Paulo, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), que trava uma queda de braço com Luizianne pela indicação do candidato para disputar a eleição de outubro.

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