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Investigadores americanos colhem provas da Lava Jato em ação contra Petrobras

Por Da Redação
23 ago 2015, 12h35

Investigadores americanos recolheram, na semana passada, cópias de documentos da Operação Lava Jato no Brasil para dar sustentação a uma milionária ação coletiva milionária (class action) em curso na Suprema Corte de Nova York. O grupo reclama perdas causadas pelo esquema de corrupção na Petrobras após compra de ações da estatal que vieram a sofrer baixas na Bolsa de Valores de Nova York, a maior dos Estados Unidos. Os ex-presidentes da estatal José Sergio Gabrielli e Graça Foster devem ser citados.

O coletivo é formado por um fundo de pensão de professores e pesquisadores do Reino Unido, outros três de servidores dos Estados de Ohio, Idaho e Havaí, a gestora Skagen, da Noruega, e o Danske Bank, da Dinamarca. Por negociar papéis na Bolsa de Nova York, a Petrobras é obrigada a comunicar fatos relevantes que possam influenciar a decisão de investidores. Para eles, a estatal não comunicou apropriadamente ao mercado o esquema de corrupção na empresa.

Durante a estada da comitiva americana no Brasil, foram colhidas cópias de documentos e perícias tornadas públicas nas ações criminais da Lava Jato com autoridades e defensores de alguns dos principais delatores da investigação. A comitiva foi recepcionada por um especialista em crimes transnacionais que a acompanhou na busca por evidências sobre cartel, pagamento de propina e superfaturamento de contratos.

O advogado Jeremy Lieberman, do escritório Pomerantz, é o responsável pela defesa dos investidores. Declarou ele: “Sentença, delações premiadas, confissões, tudo pode ser prova. E isso pode ser feito, inclusive, sem a presença física. A presença é o ideal, obviamente, mas muitos (ex-diretores da Petrobras) estão presos. Nós não sabemos por meio de que procedimento eles poderiam de alguma forma testemunhar, mas estamos explorando isso”.

A Petrobras foi reconhecida pelo juiz federal Sérgio Moro como vítima do cartel de empreiteiras que tomou o controle de contratos bilionários para distribuição de propinas a políticos do PT, PMDB e do PP. Ao assumir o papel de assistente do Ministério Público Federal na acusação aos réus da Lava Jato, a Petrobras se comprometeu a prestar informações às autoridades.

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A defesa dos investidores, no entanto, discorda da posição ocupada pela estatal no processo. “Pensamos que é uma piada dizer que eles são vítimas. A Corte em Nova York abordou essa questão. A Petrobras disse que foi vítima, portanto, as ações de Nestor Cerveró (ex-diretor da área Internacional), (Renato) Duque (ex-diretor de Serviços) e Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento) não devem ser atribuídas à empresa, porque eles não estavam agindo para a empresa, e sim contra a empresa”, afirma o advogado Jeremy Lieberman.

Em audiência realizada em junho na Corte de Nova York, a defesa da Petrobras alegou que apenas poucos ex-executivos da estatal sabiam das irregularidades. Em abril, a companhia reconheceu em seu balanço financeiro de 2014, divulgado com cinco meses de atraso, a perda de R$ 6,2 bilhões relacionada à Lava Jato. Outros R$ 44,6 bilhões foram registrados como prejuízos após revisão no valor de ativos. Os dados serão utilizados como argumento de defesa dos investidores.

Com Estadão Conteúdo

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