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Esquema de fraudes no Acre mirava verba do SUS

Operação da Polícia Federal prendeu o sobrinho do governador Tião Viana (PT) e o secretário de Obras, acusados de fraudes em licitações de obras públicas

Por Kalleo Coura 10 Maio 2013, 14h10

Dentre as fraudes identificadas pela Polícia Federal na Operação G-7, que desmontou um esquema de desvios no governo do Acre, chama especial atenção uma na área da saúde, envolvendo o sobrinho do governador Tião Viana (PT), Thiago Paiva, diretor de análises clínicas da Secretaria Estadual de Saúde. Segundo a polícia, contratos estavam sendo fraudados para desviar recursos provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Uma das empresas contratadas pelo governo teve o atestado de capacidade técnica assinado por um de seus próprios sócios.

Além de Thiago Paiva, também foi preso o secretário estadual de Obras do Acre, Wolvenar Camargo Filho. Os dois e outras treze pessoas presas, entre elas empreiteiros e funcionários públicos, são acusados de cometer fraudes em licitação de diversas obras públicas, inclusive casas populares. Cento e cinquenta agentes da polícia cumprem ainda 34 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Tarauacá e Rio Branco.

Também foram presos João Francisco Salomão, ex-presidente da Federação das Indústrias do Acre, o empresário Sergio Nakamura, afilhado político do senador Jorge Viana (PT-AC), irmão do governador, e Gildo Cesar Rocha, diretor do Departamento de Pavimentação e Saneamento do estado, que é casado com uma prima de Tião Viana.

Fraudes – A operação foi batizada de G-7 porque era assim que o grupo de sete empreiteiras se autodenominava, já que sempre vencia as licitações que concorriam. A descoberta dos 4 milhões de reais desviados até o momento é apenas a ponta do iceberg. Com as buscas e apreensões, a polícia irá se debruçar sobre dezenas de outros contratos firmados com essas empresas.

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A maior parte das fraudes foi detectada em obras de pavimentação. Há casos em que a empresa recebeu todo o valor do contrato, mas só realizou a terraplanagem, outros em que a pavimentação teve início, mas ficou inacabada e há até mesmo locais em que o asfalto se encontra em péssimo estado de conservação três meses depois da conclusão da obra. Segundo a polícia, um pavimento deve durar em torno de vinte anos. Algumas das obras investigadas fazem parte do programa Ruas do Povo, um dos carros-chefes publicitários do governo Viana, que anunciou em abril a pavimentação de mais de 600 quilômetros de ruas em todo estado, ao custo de 370 milhões de reais.

Segundo a polícia, os presos são acusados de cometer os crimes de falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude à licitação e desvio de recursos públicos.

O governador Tião Viana divulgou nota de apoio à operação policial, mas fez questão de dizer que “enquanto não houver um juízo condenatório, quer seja na esfera judicial, quer seja na esfera administrativa, é justo fazer, com absoluta consciência, a defesa à integridade moral de secretários e técnicos de governo supostamente envolvidos em fatos tornados públicos”.

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