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Especialistas acreditam que morteiro adaptado feriu cinegrafista

Fotógrafo que registrou a explosão afirma ter visto integrante do Black Bloc acendendo o artefato. Mascarados modificam morteiros de 12 tiros para aumentar poder de letalidade

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Atualizado em 10 dez 2018, 09h56 - Publicado em 7 fev 2014, 11h59

Especialistas em armas de fogo e perícia criminal enxergam, nas características da explosão que feriu gravemente o cinegrafista Santiago Andrade, da rede Bandeirantes, indícios de adaptação artesanal de um morteiro. Uma sequência de fotografias da Agência O Globo mostra o instante da explosão, desde o momento em que o artefato está no chão, próximo a Andrade, até a propagação de estilhaços e fogo, na altura da cabeça do cinegrafista. Um vídeo feito pela agência de notícias russa Ruptly mostra que o artefato dispara para o alto e atinge a cabeça da vítima.

Pela trajetória ascendente do artefato que vitimou Andrade, o perito criminal Alberto Rodrigues desconfia que seja um morteiro de 12 tiros, adaptado artesanalmente com o cano cortado e a boca lacrada, para ter maior poder de fogo. “É um artefato explosivo com modificação artesanal. Possivelmente um morteiro adaptado”, disse Rodrigues.

Um fotógrafo da Agência O Globo que testemunhou e registrou a explosão afirmou, em entrevista ao RJTV, ter visto o momento em que um integrante do grupo Black Bloc acendeu o artefato e lançou na direção de policiais. O homem que acendeu o explosivo usava, segundo ele, calça jeans e camisa cinza. O comandante do 5º BPM (Praça da Harmonia), Luiz Henrique Marinho, estava a poucos metros do local e disse ter visto, no momento da explosão, manifestantes mascarados lançando bombas caseiras contra os policiais.

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https://www.youtube.com/watch?v=d-Z1j2a2Zig

Para se estabelecer com precisão o tipo de artefato usado, será necessária uma perícia química, feita com vestígios do explosivo. As roupas de Andrade foram encaminhadas para análise no Instituto de Criminalística Carlos Éboli. Peritos vão analisar os vestígios e a forma como o tecido se queimou para tentar determinar o tipo de explosivo que feriu o cinegrafista. A investigação será conduzida pela 17ª DP (São Cristóvão). Técnicos em explosão do Esquadrão Antibomba vão auxiliar na busca de provas técnicas para determinar o tipo de explosivo que feriu Andrade.

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O perito Mauro Ricart, ex-diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, afirmou ao site de VEJA ter recebido informações de que, em manifestações recentes, foram usados morteiros adaptados para ganhar poder letal. Segundo afirmou Ricart, o morteiro de 12 tiros é adaptado para que as detonações ocorram simultaneamente, provocando uma explosão potencializada.

“É preciso investigar o caso concreto, mas eu tenho informações de que baderneiros estão usando morteiro de 12 tiros, cortando o cano e colocando fita adesiva. Assim, o artefato que explodiria em 12 tiros passa a ter explosão única”, disse Ricart. Segundo o perito, os fragmentos da bomba retirados dos ferimentos da vítima também ajudam a esclarecer o tipo de explosivo usado.

Especializado em explosivos e armamento, o professor Ronaldo Leão, da Universidade Federal Fluminense (UFF), chamou o artefato de “bomba de cano”, um dispositivo de fabricação caseira que, segundo explica, é construído com um cano de PVC, pólvora e partículas, que causam destruição e ferimentos no momento da detonação.

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