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Em reposta a ataques, 20 presos de SC vão ser transferidos para presídios federais

Estado teve primeira madrugada tranquila depois do inicio da nova onda de atentados; último incêndio a ônibus foi registrado na tarde de sexta-feira

Por Jean-Philip Struck
9 fev 2013, 10h00

O governo de Santa Catarina anunciou na noite de sexta-feira que pelo menos 20 presos de alta periculosidade que atualmente estão em unidades estaduais vão ser transferidos para presídios federais fora do estado. A medida foi tomada em reposta à onda de atentados criminosos que assola o estado há dez dias e visa isolar os detentos apontados pela polícia como os responsáveis por ordenar os ataques.

A data exata da transferência dos detentos e suas identidades não foram reveladas pelo governo, que alegou razões de segurança. O anúncio da transferência ocorre após o governador do estado, Raimundo Colombo (PSD) ter se reunido com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que ofereceu as vagas em presídios federais.

Madrugada – Santa Catarina teve sua primeira madrugada tranquila desde o início da onda de ataques, em 30 de janeiro. Entre o início da tarde de sexta-feira até às 7h da manhã deste sábado, a Polícia Militar não registrou nenhum ataque criminoso no estado. A última ocorrência foi registrada em Rio do Sul, no alto Vale do Itajaí, por volta de 13h da sexta-feira. Dois homens armados atearam fogo em um ônibus. Ninguém ficou ferido.

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O governo afirma que mesmo com o aparente arrefecimento das ações criminosas, o policiamento vai continuar seguindo com reforço em todo o Estado e que medidas como a escolta policial de ônibus convencionais em algumas cidades vão prosseguir no Carnaval.

Desde que os ataques começaram, 28 pessoas foram presas e oito adolescentes, apreendidos. No total, foram registradas 83 ataques (70 confirmados e 13 tentativas) em 27 cidades. Segundo um balanço da Diretoria de Informação e Inteligência da Secretaria de Segurança, foram incendiados 41 ônibus, 23 veículos particulares e três viaturas. Os ataques também resultaram na morte de um suspeito em confronto com a polícia e deixaram dois feridos – um deles era o motorista de um ônibus que foi incendiado em Florianópolis.

Nova onda – Esta é a segunda onda de ataques no estado em menos de três meses. Em novembro de 2012, durante um período de sete dias, foram registradas 58 ocorrências em 16 municípios do Estado durante um período de sete dias. Naquela ocasião, criminosos incendiaram 27 ônibus e 12 automóveis e realizaram dez ataques com arma de fogo contra PMs e agentes prisionais. Ao todo, 47 pessoas foram presas e três suspeitos morreram em confronto com a polícia.

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Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, parte dos atentados pode estar relacionada com denúncias de maus tratos contra detentos do Presídio Regional de Joinville, no norte do estado.

Há uma semana foi divulgado pela imprensa local um vídeo que mostra detentos da unidade sendo agredidos por agentes prisionais. A gravação foi feita pelo circuito interno do presídio. Nas imagens é possível ver homens uniformizados utilizando spray de pimenta e bombas de efeito moral contra um grupo de presos reunidos em um pátio. Os detentos não reagem às agressões. O caso ocorreu em 18 de janeiro, em uma operação “pente-fino” que procurava armas e drogas nas celas. Um grupo de 18 agentes foi afastado por causa das agressões. Eles alegaram em depoimento à polícia que a ação foi uma resposta a uma tentativa de motim.

Dias depois, a imprensa local divulgou que uma cópia de um CD de áudio com um “recado” dos presos para as autoridades de Santa Catarina. Na gravação, que foi entregue em uma delegacia e na Prefeitura de Florianópolis, um homem que se identifica como preso denuncia a violência em unidades prisionais no estado e acusa o governo local de ter descumprido um acordo para coibir os excessos no campo disciplinar dos presídios. : “Se continuar dessa forma, a bomba vai explodir. Se não for atendido nossos direitos aqui na penitenciária, a bomba vai explodir”, diz o preso.

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O Ministério Público confirmou que o áudio foi gravado por um detento da penitenciária de São Pedro de Alcântara, na grande Florianópolis. Questionado sobre o suposto acordo entre internos e autoridades, o diretor do Departamento Prisional (Deap), Leandro Lima, negou a existência de qualquer tipo de negociação.

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