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Em carta, irmão de Campos defende candidatura de Marina

Em resposta, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, disse que a direção do partido tomará a decisão “quando julgar oportuno"

Por Marcela Mattos, de Brasília, e Laryssa Borges, de Recife
14 ago 2014, 15h49

Em meio ao silêncio do PSB, o advogado Antônio Campos, único irmão de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo na quarta-feira, defendeu nesta quinta-feira que a ex-senadora Marina Silva assuma a candidatura do partido à Presidência da República. Em carta aberta enviada à cúpula da legenda, Antônio afirma que o pedido, além de ser uma “posição pessoal”, representa também “a vontade de Eduardo”. Para Antônio, Marina e um vice ainda a ser escolhido teriam condições de fazer “o debate que o Brasil precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores”.

“Como filiado ao PSB, membro do Diretório Nacional com direito a voto, neto mais velho vivo de Miguel Arraes, presidente do Instituto Miguel Arraes – IMA e único irmão de Eduardo, que sempre o acompanhou em sua trajetória, externo a minha posição pessoal que Marina Silva deve encabeçar a chapa presidencial da coligação Unidos Pelo Brasil liderada pelo PSB, devendo a coligação, após debate democrático, escolher o seu nome e um vice que una a coligação e some ao debate que o Brasil precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores”, afirma o irmão de Campos. E conclui: “Tenho convicção que essa seria a vontade de Eduardo”.

Com a repentina morte do ex-governador de Pernambuco em um acidente aéreo, o PSB tem um prazo de dez dias para definir a chapa que disputará o Palácio do Planalto. Marina Silva, por enquanto, mantém suspense e afirma que somente irá se manifestar depois do enterro de Eduardo Campos – ainda sem data definida. Partidos adversários e o próprio PSB, no entanto, já trabalham com essa hipótese.

Na carta intitulada “Não vamos desistir”, em referência à declaração de Eduardo Campos em entrevista ao Jornal Nacional (“Não vamos desistir do Brasil”), o irmão Antônio diz que a “perda afetiva do único irmão é imensa, mas é grande a perda do líder Eduardo Campos, politico de talento e firmeza de propósitos”. “A nossa família tem mais de sessenta anos de lutas políticas em defesa das causas populares e democráticas do Brasil. O meu avô Miguel Arraes foi preso e exilado, não se curvando à ditadura militar. Eduardo Campos continuou o seu legado com firmeza de propósitos, tendo trazido uma nova era de desenvolvimento para Pernambuco”, disse. “Desde 2013 vinha fazendo o debate dos problemas e do momento de crise por que passa o Brasil, querendo fazer uma discussão elevada sobre nosso país. Faleceu em plena campanha presidencial, lutando pelos seus ideais e pelo que acreditava”, afirmou, em carta.

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E continuou: “O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e de correr o risco para viver os seus sonhos pessoais e coletivos. Ambos faleceram, no dia 13 de agosto, e serão plantados no mesmo túmulo, no Cemitério de Santo Amaro, em Recife, túmulo simples, onde consta uma lápide com a frase do poeta Carlos Drummond: ” tenho duas mãos e o sentimento do mundo”. Essas sementes de esperança e de resistência devem inspirar uma reflexão sobre o Brasil, nesse momento, para mudar e melhorar esse país, que enfrenta uma grave crise, sendo a principal dela a crise de valores. Não vamos cultivar as cinzas desses dois grandes líderes, mas a chama imortal dos ideais que os motivava”. Na quarta-feira, após passar grande parte do dia na casa da família de Campos, na Zona Norte do Recife, Antônio Campos havia prometido que se manifestaria oficialmente ao PSB em favor da indicação de Marina Silva.

Resposta – Em resposta à pressão por um posicionamento, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, divulgou nota nesta quarta-feira em que diz que a direção do partido tomará, “quando julgar oportuno, e ao seu exclusivo critério, as decisões pertinentes à condução do processo político-eleitoral”. Amaral disse ainda que o partido está de luto e “recolhe-se, neste momento, cuidando tão somente das homenagens devidas ao líder que partiu”.

Família – Nesta quinta-feira, políticos e familiares continuaram a homenagear Eduardo Campos com visitas à casa do político, no Recife. A família permanece reclusa e nem a viúva nem os filhos do casal se pronunciaram publicamente. Ainda nesta tarde, por intermédio do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, o ex-presidente Lula, que teve Eduardo Campos como ministro da Ciência e Tecnologia, deve falar por telefone com a viúva do político, Renata. Lula prestou condolências à ministra Ana Arraes, mãe do candidato, nesta quarta.

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