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‘Ele derrapou e começou a balançar’, conta testemunha de acidente de ônibus que matou 18 pessoas

O gerente de um depósito contou ao jornal 'Folha de S. Paulo' que o coletivo estava acima da velocidade permitida e o empurrou para a direita para ultrapassá-lo na estrada

Por Da Redação
10 jun 2016, 08h53

Uma testemunha do acidente de ônibus que matou dezoito pessoas na noite de quarta-feira, na rodovia Mogi-Bertioga, contou ao jornal Folha de S. Paulo que o veículo tentou ultrapassá-lo antes de perder o controle, bater em uma pedra e capotar. O gerente de um depósito Cezar Donizetti Vieira, de 54 anos, dirigia um Prisma branco em que também estavam a esposa e a irmã. Segundo ele, o motorista do coletivo estava perto de 90 quilômetros por hora (km/h).

“Era uma pista só para descer [a serra no sentido Bertioga]. Já na serra, eu tinha feito uma curva à esquerda, depois tinha uma pequena reta para pegar uma curva à direita. Nessa reta, eu vejo dois faróis grandes atrás de mim. Pensei: ‘Esse cara está andando bem’. Até então, não tinha conseguido identificar que era o ônibus dos estudantes”, relatou ao jornal.

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Vieira narrou que, quando chegou em uma curva, o coletivo o empurrou para a direita, tentando ultrapassá-lo. “Só que ali só cabe um [automóvel], amigo”. “Ele foi me jogando para fora da pista, se escorou no meu carro, mas não tem acostamento do lado direito. É um pedacinho de pista e depois abismo. Minha mulher e minha irmã começaram a gritar”, continuou a testemunha.

“Vi ele me usando como apoio. Não só vi, como senti. Ele então ultrapassou, derrapou e começou a balançar de um lado para o outro, como se fosse uma bicicleta. Balançou para a direita, esquerda e depois tombou”. “Vi o ônibus deslizando e batendo. Não sabia na hora que tinha sido na pedra. Pensei que tivesse caído em um buraco porque a parte de cima [do ônibus] sumiu. Não ouvi barulho… nem de freio nem de freio a motor. Só um arranhado de lataria no chão”.

“Algum problema tinha – e sério. Ou talvez o cara [motorista do ônibus] estava louco mesmo. Ou dormiu. Não sei.”

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Depois de tentar pedir socorro, sem sucesso, na estrada, Vieira decidiu ir à Polícia Rodoviária, que fica alguns quilômetros abaixo de onde ocorreu o acidente, mas antes encontrou o Departamento de Estradas de Rodagem. “Falei: ‘Amigo, tombou um ônibus, pede socorro”. “Na base da polícia, depois que o policial começou acionar o socorro… Foi aí que percebi a tragédia real”.

“Fiquei [na base da polícia] das 23h às 6h50, 7h. Eu só ouvia no rádio da polícia ‘mais um’ [morto], ‘mais um'”. Depois de ter presenciado o acidente, Vieira conta que não consegue assistir aos fatos mostrados na TV. “Não quero saber de nada. Só vinha na minha mente o que visualizei. Se mais cedo pedissem para eu relatar, só chorava. Agora [por volta das 18 horas desta quinta-feira], é que estou conseguindo”.

Velocidade – Nesta quinta-feira, a União do Litoral, proprietária do ônibus, afirmou por meio de nota que tacógrafo do veículo registrou 41 km/h no momento do acidente e que a máxima permitida na rodovia é de 60 km/h. Disse também que o coletivo havia passado por manutenção preventiva há quinze dias e por todas as vistorias de órgãos fiscalizadores, como a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

(Da redação)

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