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E-mail foi encomendado pela Casa Civil, diz Costa

Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa disse à CPI que José Sérgio Gabrielli tinha ciência da comunicação ao Palácio do Planalto

Por Marcela Mattos e Laryssa Borges, de Brasília
2 dez 2014, 15h32

(Atualizado às 19h40)

Delator do maior propinoduto da história brasileira, Paulo Roberto Costa afirmou nesta terça-feira na sessão da CPI mista da Petrobras que a Casa Civil da Presidência da República, então chefiada por Dilma Rousseff, encomendou a ele o envio do e-mail no qual informava que o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendava a paralisação de obras da diretoria de Abastecimento por ter flagrado irregularidades em contratos. O envio da mensagem foi revelado por VEJA na edição de 26 de novembro.

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Paulo Roberto Costa disse que, na época, o então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, estava ciente da comunicação e que, portanto, ele não teria desrespeitado a hierarquia da empresa – ele era diretor de Abastecimento e o e-mail foi enviado diretamente para a Casa Civil em 29 de setembro de 2009.

“Quando foi passado, esse e-mail era de conhecimento do presidente da Petrobras e foi pedido pela Casa Civil para que eu o mandasse para a presidente Dilma. Não houve atropelo de hierarquia”, afirmou Paulo Roberto Costa.

O ex-diretor da Petrobras disse ainda que, na época, “estava enojado” com o processo de sangria da estatal e que, portanto, deseja alertar o governo dos problemas e não conseguir apoio político para a manutenção do propinoduto. A afirmação foi uma resposta a trechos da reportagem de VEJA, segundo os quais Costa estaria empenhado em impedir que o esquema corrupto que gerenciava fosse desmontado.

Em outras palavras, ele atribui ao governo o interesse em manter o petrolão ativo. “Às vezes você entra em um processo e não tem como sair. Mas eu saí. Saí em 2012, mas o processo continuava.”

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Outro momento forte do depoimento foi quando Costa desmentiu a presidente da República sobre sua saída da empresa. Durante a campanha, Dilma martelou que foi ela quem demitiu o ex-diretor. No entanto, sua versão é que deixou a estatal em 2012 a pedido.

Manobra – A acareação foi interrompida pelo vice-presidente do colegiado, Gim Argello (PTB-DF), por volta das 17h sob o argumento de que o plenário do Senado havia iniciado a Ordem do Dia – quando a Casa se reúne para deliberar projetos em plenário. A paralisação da sessão foi anunciada pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) durante breve ausência de Argello. A reunião foi suspensa e, em seguida, oficialmente encerrada pelo vice-presidente.

Embora o regimento determine o encerramento das comissões quando é iniciada a Ordem do Dia, é praxe da Casa dar seguimento às sessões quando não há projetos em votação – como era o caso de hoje. Exemplo disso foi no último dia 6 de agosto, quando o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada prestou depoimento. Na ocasião, a audiência foi realizada ao mesmo tempo em que o plenário do Senado estava em votação.

O encerramento da sessão provocou reação da oposição: “Na hora em que a gente tem como produzir algo que tenha efeito para esta comissão, nós temos essa reunião interrompida porque começou a Ordem do Dia, coisa que não aconteceu em outras oportunidades a não ser em questão de deliberação. Aqui nós não estamos deliberando nada – é importante dizer isso”, disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

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