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Dono do Fusca queimado em protesto anti-Copa ganha Brasília amarela

Itamar Santos perdeu o carro durante uma manifestação; empresário de Curitiba fez a doação

Por Da Redação
20 fev 2014, 09h16

Do Fusca 1975 o antigo dono só guarda a carcaça, ainda com as marcas deixas pelas labaredas que consumiram o automóvel. O que restou do carro de Itamar Santos, de 54 anos, fica guardado ainda na garagem da casa onde mora, na Zona Sul de São Paulo. O fusca foi destruído durante uma manifestação no dia 25 de janeiro, no centro da capital paulista. Manifestantes atearam fogo ao veículo e só deu tempo de Santos deixar o carro. Mas agora, quase um mês depois, o serralheiro que usava o veículo para realizar entregas recebeu de presente uma Brasília amarela, ano 1980. O carro, que parece novo, foi doado por um empresário de Curitiba.

“Semana passada tive de levar um portão no braço, fiz cinco viagens”, conta, já com um sorriso no rosto. “Agora estou com dó de colocar ferro nesse carro novo, está ‘zero bala’. A Brasília realmente está um brinco. Estofado impecável, funilaria sem um arranhão e o motor “nos trinques” – resultado de uma revisão mecânica realizada antes da doação. O serralheiro diz que ficou impressionado com o ato. “Fiquei muito feliz, foi uma coisa de coração. Era um carro que o dono não vendia por nada.”

A Brasília amarela pertencia a Arlindo Ventura, de 40 anos, conhecido como Magrão. Dono de um bar na capital paranaense e agitador cultural, Magrão viu pela TV o drama de Itamar. “Eu tinha uma reunião importante e fiz uma promessa. Se eu me saísse bem, doaria a ‘cabrita'”, diz ele, referindo-se ao apelido que deu ao carro.

Fusca queimado – Santos voltava da igreja quando, ao passar pela manifestação contra a Copa do Mundo, um colchão em chamas ficou preso na roda e o fogo se alastrou. Ele e outras quatro pessoas – entre elas uma criança de 5 anos – foram retirados do veículo em chamas.

Após o episódio, manifestantes e ativistas insistiram que o Fusca foi incendiado acidentalmente. Surgiu pela internet uma corrente para ajudar o serralheiro e tentar compensar o prejuízo. Vários depósitos bancários foram feitos diretamente na conta de Itamar, somando cerca de 7.000 reias. Uma vaquinha online já arrecadou 6.700 reais – os organizadores pretendem comprar outro carro. “Eles queriam mostrar que não é todo mundo igual, e não é mesmo”, disse Santos.

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Quando os organizadores entraram em contato com o serralheiro para falar da “vaquinha”, ele recusou no primeiro momento. “Mas depois alguns amigos disseram que eu estava sendo orgulhoso, então resolvi aceitar”, diz. Além de carro e dinheiro, Itamar foi presenteado com bolo, pãezinhos e também surgiu mais trabalho. Para dar continuidade à corrente do bem que surgiu a seu favor, ele vai doar a carcaça do Fusca para um catador que vive na sua vizinhança. “Ele é humilde, mas veio prestar solidariedade para mim, acho que vou ajudá-lo.”

(Com Estadão Conteúdo)

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