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Dividido, PDT tenta forjar unidade em torno de Carlos Lupi

Encontro da cúpula da legenda em Brasília terminou sem consenso, mas com uma maioria optando por encenar apoio ao ministro do Trabalho

Por Gabriel Castro
22 nov 2011, 21h05

A cúpula do PDT tenta forjar uma imagem de unidade em torno do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, mas não consegue esconder as divergências internas. Reunidos na noite desta terça-feira, deputados, senadores e representantes dos diretórios estaduais do partido discutiram em Brasília o cenário criado pelas graves denúncias de corrupção contra o ministro, mostradas em reportagens de VEJA. E decidiram que, dentre opções igualmente ruins, a saída é fingir unidade em torno de Lupi – que esteve na reunião e mais ouviu do que falou.

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Apesar de a maioria dos participantes do encontro concordar com a permanência do ministro, a unidade da legenda é virtual. Durante o encontro, a ala “ética” do partido ouviu críticas do deputado Paulo Pereira da Silva (SP). O também deputado José Antônio Reguffe (DF) e o senador Pedro Taques (MT), defensores do afastamento de Lupi, foram os principais alvos da reprimenda.

“Ele disse que não considerou correto nós pedirmos o afastamento de Lupi por meio da imprensa”, diz Reguffe, que afirma não recuar: “Na minha opinião, o partido não deveria ter cargos no governo e deveria adotar uma postura de independência”. Taques disse aos colegas de partido que também continua a achar a saída de Lupi a melhor solução. A esperada nota de apoio ao ministro não saiu da reunião, em outro sinal da falta de coesão interna no PDT: a moção de apoio ao ministro que circulou durante o encontro não foi aceita por todos os presentes.

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Houve também mudanças de opinião de alguns dos principais nomes do partido. O líder do PDT na Câmara, Giovanni Queiroz (PA), havia dito publicamente que a legenda deveria deixar a base de apoio de Dilma caso Lupi perdesse o cargo. Agora, adotou um discurso ameno. O presidente da legenda, deputado André Figueiredo (CE), havia sugerido ao “amigo” Lupi que deixasse o posto. Voltou atrás. “Colocamos de forma uniforme a nossa total confiança no ministro”, garantiu após a reunião.

Mas, mesmo entre os defensores da permanência de Lupi no cargo, há divergências. “O ministro não deve sair por denúncias que não se sustentam”, afirmou o deputado Brizola Neto (RJ), sem sinal de que estivesse sendo irônico. Ainda assim, ele admite que há um desgaste dentro da legenda: “O fato de nós termos buscado a unidade do partido não esconde as divergências internas”.

O que os partidários de Lupi não dizem é que a tentativa de fortalecer o ministro deriva da conclusão de que, se ele deixar o cargo agora, não haverá qualquer garantia de que o ministério continuará nas mãos da legenda. Os pedetistas tampouco estão certos de que escaparão da reforma ministerial prevista para janeiro. Escolheram, enfim, o cenário menos traumático: sumir com o discurso ético e deixar a decisão nas mãos da presidente Dilma Rousseff.

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