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Dilma diz que eleição é a mais agressiva da história

Ela reconheceu as baixarias na campanha eleitoral, mas voltou a dizer que o 'nível' desceu para fazer um enfrentamento à propaganda do PSDB

Por Felipe Frazão 20 out 2014, 22h12

A presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) disse nesta segunda-feira em São Paulo que nunca houve uma eleição tão “agressiva” como a atual no país. Ironicamente, ataques pessoais ao candidato do PSDB, Aécio Neves, marcaram o comício da petista, que reuniu aliados e seu padrinho político, o ex-presidente Lula, na Cohab José Bonifácio, conjunto habitacional na Zona Leste de São Paulo.

“Nós estamos diante de uma eleição, talvez a mais conflituosa dos últimos anos. Nunca uma eleição teve aspetos tão agressivos quanto essa eleição”, disse Dilma. “A agressividade dela começa com uma tentativa sistemática de pregar inverdades, informações parciais pelo Brasil afora”, afirmou, em referência ao fato de os tucanos terem propagado na campanha que o Bolsa Família foi criado a partir do programa Bolsa Escola, criado no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Dilma acusou o PSDB de ser elitista e de negligenciar os pobres quando assume o governo: “Aquilo que eles falam que é a origem do Bolsa Família [Bolsa Escola] não passa de um programa pequeninho, feito para poucos. Eles fazem até os programas sociais para muito poucos, porque na origem, no meio e no fim eles são elitistas. Eles são aqueles que não olham o povo e que só olham a minoria”.

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Ela reconheceu as baixarias na campanha eleitoral, mas voltou a dizer que o “nível” desceu para fazer um enfrentamento à propaganda do PSDB. “A conversa tem, preferencialmente, de baixar o nível, porque é o único nível que eles conseguem disputar de fato e de direito, ao que eles condenaram o Brasil e aquilo que nós fizemos no Brasil”, disse Dilma. “É um bando de mentiras colocadas num papel celofane, aparentemente defendendo aquilo que é indefensável”.

Também participaram do comício no reduto eleitoral petista na Zona Leste militantes e cabos eleitorais levados em ônibus. Eles cantaram marchinhas e funks insinuando que Aécio faz uso de drogas e que “é um playboy”, “dirige bêbado” e “bate em mulher”. O PT lotou o palco com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, os candidatos derrotados Eduardo Suplicy (Senado) e Alexandre Padilha (Governo), além de vereadores e deputados petistas. Integraram-se ao grupo o deputado reeleito pelo PSOL no Rio de Janeiro, Jean Wyllis, e o ator Henri Castelli, além ativistas cooptados pelo PT, como Pablo Capilé, e de rappers como Emicida e Negra Li, e funkeiros.

Lula – O ex-presidente Lula fez um discurso raivoso contra Aécio e incitou militantes contra a imprensa. Lula disse que Aécio desrespeita a Dilma por “ódio contra o PT”. Ele orientou a petista a não aceitar provocações e nem fazer “jogo rasteiro”. Segundo o petista, Aécio usa de “cinismo” nos debates para tentar deixar Dilma nervosa.

“Vocês nunca viram eu fazendo uma campanha agredindo o adversário. Sempre achei que uma campanha política deve ser usada para elevar o nível de consciência da sociedade brasileira. Mas eles não pensam assim. Quanto mais leviandades, quanto mais agressão… Eu jamais imaginei que um candidato, um pretenso candidato a Presidência da República pudesse chamar a presidente de mentirosa nas câmeras de televisão, que ele pudesse chamar a presidente de leviana. Não é possível que esse rapaz não tenha tido uma educação de berço para sua mãe ensiná-lo a respeitar as pessoas mais velhas do que ele, as mulheres, uma mãe e uma avó, mas sobretudo uma mulher que está no cargo que é uma instituição”, reclamou. “Se fosse um homem, será que ele tinha coragem de ser agressivo como está sendo com ela? Vocês sabem que tem gente que só sabe ser durão com mulher.”

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Lula voltou a usar seu tradicional discurso de classes e acusar os inimigos do PT eleitos por ele, a imprensa e a elite. “Daqui para frente é nós contra eles. É a Mirian Leitão falando mal da Dilma na TV, e a gente falando bem na periferia. É o Bonner falando mal dela no Jornal Nacional, e a gente falando bem dela de casa em casa”, disse Lula.

Ele acusou a elite brasileira de tentar manipular os jovens por meio da “negação da política”. Desde as manifestações de rua do ano passado, Lula tenta evitar a rejeição de partidos políticos por causa da corrupção. “Uma das coisas que a elite sabe fazer muito bem é negar a política todo santo dia para que vocês não gostem de política. E a desgraça de quem não gosta de política é ser governador por quem gosta”, disse. Para o ex-presidente, o resultado é que os deputados e senadores eleitos para o Congresso são mais conservadores. Porque toda vez que a sociedade nega a politica o que vem é pior. Você vai ver presidente que o Congresso Nacional eleito agora é um pouco pior que o que termina o seu mandato. Pior do ponto de vista ideológico: foi eleito mais ruralista, representantes dos empresários.

Lula também alfinetou sua ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PSB). Candidata à Presidência derrotada no primeiro turno, a ex-petista declarou apoio a Aécio e fez um ato público em prol do tucano na última sexta-feira. “A eleição da Dilma é a certeza que a gente vai ter alguém no mais alto cargo desse país para discutir qualquer tema com a gente. Ela não vai fazer como uma determinada candidata que queria uma coisa, foi só o [pastor Silas] Malafaia falar, que ela não queria mais nada”, criticou.

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