Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Dilma demite chefe de gabinete da Presidência em SP

Presidente também exonerou o número dois da Advocacia-Geral da União. Os irmãos Rubens e Paulo Vieira, diretores da Anac e da ANA, serão afastados

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 nov 2012, 12h55

A presidente Dilma Rousseff determinou, neste sábado, a demissão da chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, indiciada na sexta-feira. Escutas telefônicas realizadas durante a investigação indicam que a servidora usava o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer tráfico de influência. Dilma ainda determinou a exoneração ou afastamento de todos os indiciados pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro. Dessa forma, o número dois da Advocacia-Geral da União (AGU), José Weber Holanda Alves, também deixará o cargo. Na manhã deste sábado, a presidente se reuniu no Palácio da Alvorada, em Brasília, com o advogado-geral Luís Inácio Adams para avaliar os desdobramentos das investigações da PF. Como os diretores das agências reguladoras tiveram seus nomes aprovados em sabatinas no Senado, eles precisam responder aos processos antes de serem formalmente exonerados.

Leia também:

Radar: Quem são os irmãos que Lula indicou para agências reguladoras

Polícia Federal: Nome do ex-presidente Lula era usado para traficar influência

Continua após a publicidade

Radar: Lula era o responsável pelas estripulias de Rubens Vieira na Anac

As apurações policiais levaram à desarticulação de uma quadrilha que, infiltrada em órgãos da administração pública federal, negociava a redação de pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados e praticava tráfico de influência. Os investigados na operação responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. Desde o estouro da operação, a AGU montou uma espécie de força tarefa para analisar os documentos das investigações policiais e verificar a abrangência dos danos causados à autarquia pela atuação de José Weber de Holanda Alves.

Rosemary Nóvoa
Rosemary Nóvoa (VEJA)
Continua após a publicidade

Reservadamente, informaram fontes do Planalto, a saída de Rosemary será oficializada como “a pedido”, uma forma de preservar a relação próxima da chefe de gabinete com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por determinação da Presidência, a Agência Nacional de Águas (ANA), Agência de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vão investigar em detalhes, por meio de sindicância, a participação de servidores das autarquias no esquema criminoso. Todos os suspeitos investigados pela Polícia Federal também vão responder a processos disciplinares.

Mais cedo neste sábado, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, já havia anunciado o afastamento de Rubens Carlos Vieira do cargo de Diretor de Infraestrutura Aeroportuária da ANAC. Vieira foi um dos investigados na operação Porto Seguro.

As traficâncias de Rose – Segundo a investigação, o papel de Rosemary era fazer a ponte entre empresas que queriam comprar pareceres fraudulentos de órgãos do governo e as pessoas do governo que poderiam viabilizar a emissão dos documentos. Rosemary foi nomeada por Lula para esse cargo em 2005 e, desde então, esteve muito próxima ao petista. O fato de assessorar o ex-presidente fez com que ela própria se tornasse uma pessoa politicamente articulada. Assim, foi capaz de influir na nomeação de homens do alto escalão de agências do governo, como os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos presos hoje pela PF.

Continua após a publicidade

Rose, como é conhecida, era presença constante nas comitivas presidenciais ao lado de Lula. Também foi assessora do ex-ministro José Dirceu por 12 anos antes de trabalhar diretamente com Lula. Em 2006, o nome de Rosemary constava de uma lista de 65 servidores que efetuaram saques a título de pagamento de despesas da Presidência da República por meio de cartões corporativos. Na época, havia registros de saques no valor de 2 100 reais no cartão dela. Deputados de oposição tentaram aprovar sua convocação para prestar esclarecimentos à CPI que investigou a farra dos cartões corporativos, mas aliados do Planalto conseguiram barrar o pedido.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.