Deputado cita membro de esquema das emendas em SP
Mulher de confiança do governador Geraldo Alckmin teria informações sobre deputados que usaram "artifícios criminosos" para obter verbas
O deputado Major Olímpio (PDT) promete levar ao Conselho de Ética da Assembleia, em depoimento marcado para hoje, o nome de uma dirigente de entidade que lhe relatou o uso de “artifícios criminosos” por deputados para exigir parte do valor das emendas que concedem. Segundo ele, a mulher tem trânsito em diversas áreas do governo estadual.
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“É a pessoa que acabou me ensinando que parlamentares, mesmo em primeiro ano de mandato, tinham direito a emenda parlamentar. Uma pessoa que dirige uma entidade extremamente séria”, relatou Olímpio. “E tem um grande trânsito em várias áreas do governo. É uma pessoa que goza da extrema confiança do próprio governador de São Paulo. Daí eu achar tão importante o depoimento dela.”
Essa dirigente lhe teria contado que mais de um deputado se ofereceu para conceder-lhe emendas desde que, como contrapartida, ajudasse outra entidade, ainda sem os requisitos legais para receber dinheiro do Estado.
“Ela me relatou que um dos artifícios usados por parlamentares, no plural, era sempre dizer que dariam uma emenda, mas tinham outra entidade que também precisa de igual apoio, mas ainda não estava completamente regularizada para a realização de um convênio. E que o deputado gostaria muito de ajudar, mas a entidade que estava fazendo o convênio prestaria contas do total”, contou Olímpio, para concluir: “Isso é uma forma, logicamente, criminosa de exigir parte das emendas.”
Olímpio sustenta que, quando a dirigente da entidade lhe informou do suposto esquema, não disse quais deputados teriam pedido parte da verba. Mas afirma que o Conselho de Ética deveria ouvi-la. Por esse motivo, ele deve apresentar nesta quinta-feira requerimento para que ela seja convidada a depor.
“Na oportunidade ela não quis citar nomes, o que não significa que não possa fazê-lo dentro de uma apuração oficial e sob eventuais garantias que a Assembleia e o poder público poderiam dar para ela nesse momento”, ressaltou.
(Com Agência Estado)