Delegado machista pede desculpa a mulheres ofendidas
No Twitter, titular da 9ª DP insinuou que elas não têm a mesma capacidade dos homens para a Polícia. Deposto do cargo, ele foi substituído por uma mulher
O delegado que foi deposto do cargo de titular da 9ª DP (Catete) por insinuar no Twitter que as mulheres não têm a mesma capacidade dos homens para trabalhar na Polícia voltou ao microblog para se justificar e desculpar. Pedro Paulo Pontes Pinho afirma que sua intenção não foi menosprezar ninguém, e continua: “Se mesmo assim, alguma mulher, especialmente policial, ficou ofendida, minhas sinceras e humildes desculpas”.
Na segunda-feira, ele escreveu que das 14 mulheres que faziam parte de sua equipe na delegacia, “uma apenas reúne talento, coragem e disposição pra encarar a atividade policial”. E completou: “E essa uma, entre 14, jovem ainda, não tem nenhum homem que a supere. A mulher quando é boa no que faz ninguém supera, mas o contrário…”.
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Pinho ainda comentou que o motivo do ‘desabafo’ na rede social teria sido o fato de uma investigadora ter faltado ao trabalho. “Estava particularmente chateado com a policial que deu causa a isso tudo que faltou ao trabalho hoje mas estava aqui tweetando…” Ele se refere a Ana Maria Abdo Roale, de 48 anos, dentista, há três anos na polícia. O estágio probatório de Ana Maria havia terminado, e, segundo afirma a policial, esta foi a primeira falta. Mas o delegado não a poupou: “27 anos de profissão, servindo a sociedade com honradez, e sou ‘derrubado’ p/ uma policial que falta ao serviço p/ ficar ‘gazeteando’ no TT (twitter)”.
Saída – A chefia da Polícia Civil, sob responsabilidade de uma mulher, Martha Rocha, também não poupou o delegado. Pedro Paulo Pontes Pinho foi exonerado do cargo e substituído – que ironia! – por uma mulher: a delegada Monique Vidal, que inspirou o papel de Giovanna Antonelli na novela Salve Jorge. Na nota oficial em que anuncia a substituição do titular da 9ª DP, a Polícia Civil afirma que “o delegado tem dificuldades em gerir os recursos humanos que lhe são disponíveis”. Martha Rocha ainda determinou que a Corregedoria Interna de Polícia Civil (Coinpol) examine os posts de Pinho no Twitter durante o horário de trabalho.