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Cunha x Picciani, novo round: disputa agora é pelo comando da CCJ

Presidente da Casa articula com aliados o lançamento do nome de Osmar Serraglio para concorrer à presidência do mais importante colegiado da Casa, ignorando que o líder da bancada é quem faz essa indicação

Por Da Redação 3 mar 2016, 07h27

Depois de amargar a derrota de seu candidato na disputa pela liderança do PMDB, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estuda com seus aliados alternativas para manter o controle sobre a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa. O colegiado é caminho obrigatório para a tramitação de todos os projetos de lei e pode ser um instrumento decisivo para agilizar ou protelar o avanço de matérias. Mais do que isso, interessa especialmente ao peemedebista uma outra atribuição da comissão: a de julgar todos os recursos, inclusive aqueles que podem anular a abertura de investigação contra ele no Conselho de Ética, aprovada na madrugada desta quarta-feira. Após a decisão, Cunha anunciou que vai ingressar com novas ações no colegiado para derrubar o resultado.

Reeleito líder do PMDB a contragosto do presidente da Câmara, que trabalhou pela candidatura de Hugo Motta (PB), o deputado Leonardo Picciani (RJ) vai indicar Rodrigo Pacheco (MG) para o comando do colegiado. Advogado criminalista, Pacheco é conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil – entidade historicamente criticada por Cunha – e não tende a facilitar a vida de seu correligionário caso venha a assumir o controle da comissão.

Embora seja tradição que as bancadas respeitem as indicações dos líderes às comissões, loteadas conforme o tamanho de cada partido na Câmara, Cunha e seu grupo avaliam lançar uma candidatura avulsa para disputar, no voto, o controle da CCJ. O nome escolhido por ele é o do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Hugo Motta já consultou Serraglio sobre a possibilidade. Ele também procurou o próprio Picciani em busca de um acordo: que incluiria a não indicação de Pacheco.

Serraglio ganhou notoriedade em 2005, ao ocupar a relatoria da CPI dos Correios e, mesmo estando na base do governo, defender a cassação de figurões do PT, como a do ex-ministro José Dirceu. Em seu quinto mandato, o peemedebista tem perfil discreto, bom trânsito e respeito entre os parlamentares e é titular da CCJ desde que chegou à Câmara, em 1999. “Ele é um jurista estudioso, inteiro, um homem acima de qualquer suspeita”, resume um aliado de Cunha para justificar a escolha de Serraglio. A intenção do grupo é a de lançar um nome de peso e de postura tida como ilibada para tentar minar a campanha de Rodrigo Pacheco.

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A tropa de Cunha, contudo, não bateu o martelo sobre a candidatura alternativa. O maior temor é o de que a disputa provoque uma reação em cadeia dos demais partidos, que poderiam repetir a estratégia e tentar emplacar nomes nos outros colegiados ignorando as indicações. Caso o grupo de Cunha avance na ideia, o próprio líder Leonardo Picciani já diz a aliados que apoiará a iniciativa pelas outras bancadas.

Também pesa a indefinição de Serraglio sobre a sua permanência no PMDB. Ele estuda aproveitar a janela partidária para migrar de partido – estão sendo avaliadas as propostas feitas pelo PSDB e pelo PDT.

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