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Crea denuncia falta de investimento em manutenção dos bondes de Santa Teresa

Luiz Antônio Cosenza, que presidiu sistema de bondes em 2002, afirma que problemas não estão só nas composições, mas no nivelamento de trilhos e na rede aérea

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 ago 2011, 19h09

“A prefeitura tem que tomar providência. Os carros estacionam em cima do trilho, fora da faixa e não são rebocados. A desordem é total”

“Sempre houve problema de investimento em manutenção dos bondes”. A afirmação é de quem entende do assunto, Luiz Antônio Cosenza, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ). Ele presidiu o sistema de bondes pelo governo do estado no ano de 2002 e, desde então, acompanha de perto esse meio de transporte. Atualmente, ele é o coordenador da Comissão de Análise e Prevenção de Acidente e da Câmara de Engenharia Elétrica do Crea. Em 2009, foi ele o responsável pela investigação do acidente que envolveu um bonde e um táxi em Santa Teresa, que deixou uma professora morta.

Como resultado do levantamento feito após o ocorrido de 2009, Cosenza elaborou um relatório em que sugeria a mudança do projeto de localização da caixa do freio. Há aproximadamente três anos, os bondes que circulavam por Santa Teresa foram transformados e renovados. O freio, que antes ficava na parte de baixo dos carros, resguardado por uma caixa de ferro, passou a uma maior exposição, colocado na lateral. Havia, inclusive, pessoas que, para subir no transporte, pisavam na caixa de freio. Após o acidente, a proteção à caixa foi reforçada, mas não deslocada de local. “Entendemos que, com essa localização da caixa de freio, o bonde não poderia circular. Ela fica na parte debaixo do trem e é destruída com qualquer pancada no sistema”, afirma Cosenza.

Quando houve a mudança nos bondes, a proposta era de que 14 fossem reformados. No dia em que a professora morreu, apenas quatro circulavam. Este ano, um francês também morreu ao cair do transporte quando ele passava sobre os Arcos da Lapa. O Crea entrou em ação e constatou que continuavam os mesmos quatro bondes circulando, sem a ajuda dos outros 10, conforme o previsto inicialmente.

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Esse novo sistema de bonde é usado em diversos locais do mundo em trens e em transportes elétricos sobre trilhos. Mas a reclamação constante da Associação de Moradores de Santa Teresa é de que essa mudança não serve para esse tipo de transporte usado no local. As novas rodas são de trem porque não se encontram mais para bondes. Antes, quando se fazia curvas, o barulho era enorme porque as rodas não são adequadas aos trilhos. A solução foi colocar graxa para diminuir o som.

Resultado: “Todo o sistema tinha que ser recuperado desde os trilhos, que estão desgastados e sem nivelamento, até a rede aérea, bem deteriorada. Não se trata apenas do bonde em si”, explica Cosenza. Para o engenheiro, onde houvesse linha de bonde em Santa Teresa deveria ser proibida a passagem de qualquer outro transporte. “A prefeitura tem que tomar providência. Os carros estacionam em cima do trilho, fora da faixa e não são rebocados. A desordem é total”, diz.

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