Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

CPI mista da Petrobras termina sem indiciamentos

Relatório final dos congressistas poupa cúpula da petrolífera e ignora evidências de propinoduto a parlamentares e ex-executivos da empresa

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 dez 2014, 16h38

(Atualizado às 20h)

Apesar das evidências de um megaesquema de corrupção que sangrou os cofres da maior empresa brasileira, o relatório final da CPI mista da Petrobras apresentado nesta quarta-feira pelo deputado Marco Maia (PT-RS) poupou a cúpula da estatal de responsabilidades, desqualificou análises técnicas desenvolvidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e terminou por não indiciar nenhuma autoridade.

O fim melancólico da CPI mista era previsível, já que os trabalhos do colegiado foram controlados por governistas e nem deputados nem senadores tiveram acesso aos conteúdos das delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. As revelações de ambos incluem a informação de que parlamentares, governadores e até um ministro de Estado receberam propina do esquema do petrolão.

Em 903 páginas de relatório, ao não indiciar nenhuma autoridade, Maia apenas recomenda o aprofundamento das investigações contra executivos e pessoas como o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como o operador do PMDB no petrolão, contra a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, e contra ex-dirigentes da Petrobras, como Nestor Cerveró, ex-Diretor da área internacional, Paulo Roberto Costa, ex-Diretor de Abastecimento, Pedro Barusco, ex-Gerente-executivo de Serviços e Engenharia, e Renato Duque, ex-Diretor de Serviços e Engenharia. O texto apenas corrobora os indiciamentos feitos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.

Continua após a publicidade

“Nós indiciamos 52 pessoas. Estamos corroborando e ratificando, inclusive, todos os indiciamentos que já foram produzidos pela Polícia Federal”, diz ele. O petista admite que pode mudar o relatório: “Aquilo que for mal entendido e mudanças que precisem ser produzidas no relatório eu acatarei com a maior tranquilidade”, declarou ele após a reunião. O impasse se deve ao uso do termo “responsabilização” em vez de “indiciamento”.

A atual cúpula da Petrobras, presidida por Maria das Graças Foster, e o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli, foram poupados de pedidos de aprofundamento de investigações.

​O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), pediu tempo para apreciar o relatório: “Não vamos poder tomar uma decisão em cima de um resumo”, disse ele. O parlamentar também disse que a presidente é responsável pelos desmandos e deve ser mencionada no documento final: “Eu quero indiciar a presidente Dilma Rousseff, porque ela é a grande responsável por tudo isso”, afirmou.

Continua após a publicidade

O relatório de Maia também encampa a tese governista de que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, atendeu a critérios mercadológicos – apesar do prejuízo bilionário causado pela transação. A oposição criticou: “O próprio delator já aponta que a operação de Pasadena alimentou o esquema de corrupção e de desvios da Petrobras”, disse o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), em referência a Paulo Roberto Costa. Marco Maia, entretanto, não pretende alterar esse trecho do relatório: “Vamos resolver no voto”, diz. O texto deve ser votado na quarta-feira que vem, cinco dias antes do fim do prazo de funcionamento da CPI.

Leia também:

Câmara cassa André Vargas, sócio do doleiro Youssef

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.